3 de maio de 2005

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Imediatamente depois do anúncio terça-feira passada dos resultados provisórios das eleições em Togo, na África, estourou uma onde de violência e agora reina o caos. As forças de segurança atuaram ara conter os protestos dos manifestantes que alegam vantagens e fraude do candidato dirigente.

Alguns dos líderes de oposição foram desarmados pelas forças do ordem e confinados a seus lares. Cerca de 40 cidadãos de Togo morreram durante os protestos. As forças de segurança empregaram gases lacrimogênos e armas para controlar aos manifestantes.

Segundo o anúncio oficial, as eleições foram vencidas por Faure Gnassingbé, filho do anterior governante de Togo, Gnassingbé Eyadéma, que manteve o poder em Togo por cerca de 38 anos e morreu em 5 de fevereiro passado. As forças armadas nomearam seu filho como sucessor, mas a pressão regional e internacional obrigou a realizar eleições nesse país.

A apuração preliminar indica que Faure Gnassingbé obteve 60% dos votos. Seu principal oponente, Emmanual Bob-Akitani, que representa seis partidos de oposição, obteve 38%. Espera-se que a violência se multiplique quando se anunciem os resultados definitivos dentro de alguns dias.

Marthe, uma refugiada que chegou a um campo de refugiados na vizinha Benin informou em entrevista para a agência Reuters que desde o anúncio dos resultados provisórios os comandos de boinas vermelhas saíram às ruas disparando. Segundo informou a jovem, procuram inibir os jovens de participar em manifestações, depois realizam saques e culpam os feridos por essas ações. Segundo comunicado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). , 11.500 togoleses se deslocaram para Benin e Gana.

Segundo os partidos de oposição, são mais de 100 os mortos durante os protestos em Lomé e outras centros povoados. O grupo togolês dos direitos humanos confirmou a morte de ao menos 40 pessoas e uma grande quantidade de feridos.

A violência não é a forma de chegar à democracia, afirmou Mohammed Ibn Chambas, secretário executivo da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (ECOWAS). "Cremos que o caminho para os togoleses é o diálogo. As partes devem sentar-se e negociar." A ECOWAS certificou as eleições como livres de interferência, uma decisão que aceitaram alguns países como a França. No entanto, os Estados Unidos da América continuam a denunciar a vantagem dada ao governo nestas eleições.

A Alemanha protestou pela queima de seu centro cultural, o Instituto Goethe de Lomé. O governo togolês acusou a Alemanha de ajudar a oposição, o antigo ministro do interior Francois Boko (que sofreu um tiro após tentar adiar as eleições, por temer uma onda de violência) obteve refúgio na Embaixada da Alemanha.

Togo foi colônia alemã, mas o idioma oficial do país é o francês. Togo obteve sua independência de França em 1960.

Gnassingbé ofereceu a formação de um governo de unidade nacional, que incorporasse vozes da oposição, mas seus líderes não aceitaram a oferta, afirmando que a eleição foi fraudulenta e os resultados manipulados.

"Se não aceitarem unir-se amanhã, espero que o façam nos dias seguintes," afirmou Gnassingbé ao diário francês Le Monde. Ele continuou e disse que "a reconciliação é um processo longo. Não se pode saltar de um dia ao outro de um regime que durou 38 anos até um novo".

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Fontes