18 de março de 2021

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Morreu ontem, em Dar es Salaam, John Pombe Maguful, presidente da Tanzânia. Ele, que tinha 61 anos, não era visto em público desde 27 de fevereiro passado e, segundo informações oficiais, faleceu devido a complicações cardíacas.

O anúncio foi feito pela vice-presidente, Samia Suluhu Hassan, que assumirá a chefia da nação, tornando-se a primeira presidente do país e da África Oriental.

Morte suspeita

Apesar da divulgação oficial de que a morte de Magufuli seja decorrente de problemas no coração, políticos opositores suspeitavam, há vários dias, que ele estivesse afastado para tratar covid-19, doença cuja gravidade sempre havia negado.

"Enquanto os meios de comunicação, incluindo este jornal, reportavam que o presidente estava doente, o primeiro-ministro Kassim Majaliwa insistiu que o Sr. Magufuli estava por perto, saudável, trabalhando duro", escreveu o All Africa.

Na terça-feira passada, líderes do partido de oposição, Aliança para Mudança e Transparência (ACT Wazalendo), chegaram a exigir um comunicado oficial sobre o paradeiro do presidente, já que havia diversos boatos, que chegaram a levar pessoas à prisão, de que ele teria sido levado para tratar covid no Quênia e depois na Índia.

Tundu Lissu, o principal opositor e que vive exilado na Bélgica, disse que suas fontes haviam confirmado que Mugufuli tinha covid grave. Segundo o G1, Lissu disse na segunda-feira que o presidente tinha "Covid-19, usava um suporte de vida e estava paralisado de um lado da cintura para baixo".

Negacionismo

Magufuli era conhecido por negar a gravidade da pandemia, tendo proibido a atualização e divulgação de dados referentes à covid-19 em seu país ainda em meados de 2020. "Um conhecido cético em relação à covid-19, Magufuli recusou-se a fechar as fronteiras de seu país para reduzir as infecções quando os vizinhos o fizeram. Ele também não regulou o uso obrigatório de máscaras em público. Em vez disso, ele pediu às pessoas que orassem", escreveu o All Africa.

No entanto, "após a morte do vice-presidente de Zanzibar, Seif Sharif Hamad, por covid-19 em fevereiro, Magufuli começou a reconhecer o risco da pandemia", reportou a DW.

Críticas da OMS

Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, havia emitido um comunicado no dia 20 de fevereiro passado criticando o governo da Tanzânia por sua inércia frente à pandemia de covid-19.


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Fontes