11 de março de 2021
A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Suzana Cordeiro Guerra, disse nesta quinta-feira (11) que o Censo Demográfico terá reforço nos protocolos sanitários em razão da pandemia de Covid-19.
A contagem da população será feita por meio de um modelo misto (presencial, por telefone e online). Haverá uso de novas tecnologias, fruto de cooperação internacional – em 2019, outros países realizaram levantamentos similares.
“A segurança e a saúde de todos os envolvidos é o nosso norte”, afirmou Suzana Guerra. “O IBGE caminha como sempre fez nos seus 84 anos, reforçado pela preservação da tradição com inovação”, continuou a presidente do instituto.
Para ela, o Censo Demográfico trata-se de uma missão. “Não existe elo mais fundamental na democracia do que a informação para empoderar o cidadão e para ajudar aqueles que estão à frente do planejamento de políticas públicas.”
A coleta de dados ocorrerá em agosto, setembro e outubro, em 71 milhões de domicílios dos 5.570 municípios do País. Participarão 182 mil recenseadores. Os primeiros resultados sairão em dezembro. Outros serão divulgados até 2014.
- Verba proposta
O Censo Demográfico foi discutido na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional a pedido do deputado Felipe Carreras (PSB-PE). O objetivo é tentar preservar o Censo na proposta orçamentária para 2021 (PLN 28/20).
A contagem populacional deveria ter ocorrido em 2020, mas acabou adiada em razão da pandemia. Antes disso, o governo havia feito cortes orçamentários que, segundo críticos, poderiam ter colocado em risco a coleta de informações.
O texto enviado pelo Poder Executivo destina R$ 2 bilhões ao Censo em 2021. Desse total, R$ 200 milhões estão liberados. Porém, como o Orçamento deste ano ainda não foi aprovado, hoje só a verba para gastos inadiáveis está disponível.
A maior parte do dinheiro (R$ 1,8 bilhão) está condicionada à aprovação, pela maioria absoluta do Congresso Nacional, de crédito suplementar em razão da “regra de ouro”. Isso, no entanto, depende da sanção do próprio Orçamento.
- Impacto dos dados
Felipe Carreras pediu aos integrantes da CMO atenção com os recursos para o Censo, destacando que os resultados orientam as políticas públicas para quase 213 milhões de habitantes. “O IBGE é uma instituição fundamental”, ressaltou.
Segundo Suzana Guerra, atualmente 63% de todos os repasses da União para os estados, o Distrito Federal e os municípios são calculados a partir da contagem populacional. Em 2019, um montante superior a R$ 251 bilhões.
Estados também utilizam os dados do Censo para a repartição do ICMS com os municípios. Entre outras, as regras para acesso ao Bolsa Família e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) partem da renda familiar estimada pelo IBGE.
- Próximos passos
Conforme cronograma da CMO, o relatório final do Orçamento será analisado pelo Congresso, em sessão conjunta de deputados e senadores, no próximo dia 24. O texto está atrasado – pela Constituição, deveria ter sido aprovado em dezembro.
A proposta orçamentária para 2021 sugere melhora no Produto Interno Bruto (PIB), um crescimento de 3,2% com base em estimativa de novembro. Com a pandemia, a economia encolheu 4,1% em 2020, o pior resultado em 25 anos.
A meta fiscal é um déficit de R$ 247,1 bilhões para o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência), ante o recorde de R$ 743,1 bilhões em 2020, também devido à Covid-19. O resultado primário está no vermelho desde 2014.
Fontes
- IBGE reforçará protocolos sanitários e tecnologia para Censo, diz presidente — Câmara dos Deputados do Brasil, 11 de março de 2021
Essa notícia, ou partes dela, foi extraída da Câmara de Deputados. |
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