Agência Brasil

22 de outubro de 2017

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O coordenador de história do Grupo Etapa, Thomas Wisiak, enfatiza que fórmulas, teorias e regras gramaticais não devem ser o único foco de quem está se preparando para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pois a prova costuma abordar também assuntos do cotidiano, tanto em perguntas específicas como em textos que subsidiam as questões. Por isso, a sugestão é que os alunos acompanhem os principais acontecimentos no Brasil e no mundo.

“Para a prova do Enem, estar atualizado do que está acontecendo no mundo é tão importante quanto o que vemos em sala de aula. Os acontecimentos na nossa história atual têm a capacidade de nos questionar constantemente sobre o que significa ser humano e viver em sociedade”, menciona a professora de história Alba Cristina, da plataforma de ensino Me Salva!

Deve ser lembrado que em qualquer disciplina os assuntos de atualidades podem aparecer ou servir de motivos para algum exercício, por isso os alunos devem estar a par dos grandes acontecimentos acompanhando um ou mais meios de comunicação confiáveis. É também recomendado que os alunos fiquem atentos aos grandes temas da atualidade no Brasil. Os alunos devem fazer uma autoavaliação crítica sobre seus conhecimentos em atualidades e aperfeiçoar o que não estiver com segurança.

Apostas

Entre os temas que podem ser abordados no Enem deste ano, a professora Alba aposta nas relações étnico-raciais, nas migrações, nas questões de gênero e na tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Ela também lembra que este ano se comemora o centenário da Revolução Russa e do início da Primeira Guerra Mundial. “Pode ser este o estímulo para que apareçam no Enem assuntos relacionados a geopolítica, a concepção de Estado e relações socioeconômicas”, diz.

A Revolução Russa também é uma das apostas do professor Axé Silva. No cenário internacional ele ainda cita a questão do multilateralismo e unilateralismo. “Por um lado, vemos a China formando um grande complexo socioeconômico, estratégico e logístico, que mostra esse multilateralismo, e por outro lado vemos ideias e ações de desintegração, como as ideias de Donald Trump e outros países que olham cada vez mais para si. Estamos vivendo essa nova ordem internacional”, explica.

No Brasil, questões ligadas à urbanização, saneamento básico, crise hídrica e violência urbana também podem ser abordadas. Axé lembra que os assuntos relacionados ao meio ambiente sempre têm destaque no Enem e podem ser abordados em várias disciplinas, como geografia, biologia e química. Um dos temas pode ser a busca de alternativas para a geração de energia limpa.

A discussão sobre a demarcação de terras indígenas e o acesso às terras de descendentes de quilombolas também pode ser abordada, segundo o professor Wisiak. “Isso gera muita discussão e também remete a um histórico de disputa no Brasil em torno da terra”, diz, lembrando que na prova do Enem existe a preocupação de verificar se o aluno conhece o processo de formação da identidade brasileira.

Outro tema que pode aparecer é a segurança pública, ou mais especificamente a crise no sistema carcerário brasileiro, assim como questões ligadas ao trabalho, que costumam aparecer bastante no Enem. “Isso pode remeter à discussão da reforma trabalhista ou a outros momentos da história em que houve mudanças na relação de trabalho, como a criação da CLT, no governo Getúlio Vargas, e mudanças na sociedade brasileira em função das questões de trabalho, como a escravidão”, diz Wisiak.

Segundo ele, questões de política da atualidade podem ser abordadas como motivo para se referir a outros momentos da história. O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff pode ser relacionado, por exemplo, ao impeachment de Fernando Collor, em 1992, ou à crise política em 1955, durante o governo de Juscelino Kubitschek.

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