Brasil • 18 de setembro de 2021

Tabata Amaral em 2019.
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A deputada federal Tabata Amaral anunciou ter deixado o Partido Democrático Trabalhista (PDT) para o Partido Social Brasileiro (PSB) durante entrevista ao programa de televisão Conversa com Bial (Rede Globo), exibido na madrugada do dia 18. A troca de partido acontece após dois anos de impasse entre a parlamentar e seu antigo partido que se elegeu, quando ela teve autorização do Tribunal Superior Eleitoral de se desfiliar do PDT sem perder o mandato. A entrevista da parlamentar faz parte da série com personalidades relevantes nas eleições de 2022 feita pelo programa de televisão e ela aproveitou o programa para tecer críticas ao presidente Jair Bolsonaro.

Eu vou pro PSB. Foram muitas conversas e eu vou muito feliz, porque o PSB, dentro do campo progressista, tem muita clareza do seu papel no combate a esse governo tão autoritário, tão incompetente, tão corrupto que infelizmente lidera o nosso país hoje, mas também tem muita clareza do seu papel de construção como uma alternativa para o que tá posto aí, não só como negação ao governo Bolsonaro, mas com propostas concretas. Daqui pra frente é diálogo, diálogo, diálogo. Porque a gente tem um país inteiro para reconstruir. (...) Eu tenho muita angústia de saber que a gente pode ir pro ano que vem tão divididos e sem pensar o Brasil. Sim, estamos diante de um governo autoritário, incompetente, corrupto, que é responsável pela inflação, que é responsável por tantas mortes e tanto sofrimento.

Tabata Amaral

Tabata Amaral e João Campos falaram com Bial também sobre a possibilidade de uma "3ª via" para as eleições de 2022, se afastando da polaridade Lula x Bolsonaro. O casal que aparecem sendo entrevistados falaram sobre sua vida, pois também são namorados e negaram alguma vantagem na vida pessoal pelo partido.

Analistas políticos especulam que a terceira via é o Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), que chegou a polarizar com o "partido de esquerda" PT por mais de 20 anos (entre 1994 a 2014) como "partido de direita". No entanto, depois três ex-candidatos à presidência terem sido acusados de corrupção (José Serra, Geraldo Alckimin e Aécio Neves) reveladas pela Operação Lava Jato e o partido acusado de ser uma "falsa direita", o PSDB perdeu influência e milhões de votos em 2018 em comparação ao de 2014, quando pela primeira vez desde as eleições presidenciais de 1994, o PSDB não foi ao primeiro turno com o Partido dos Trabalhadores (PT).

PDT vs. Tabata Amaral

Em 2018, Tabata Amaral foi eleita deputada federal pelo PDT com 264.450 votos (foi a 6ª deputada mais votada no Estado de São Paulo) e que durante a campanha subiu no palanque de Ciro Gomes (PDT). Após sua posse em 2019, ela e outros sete deputados pedetistas tiveram suas atividades no partido suspensas por 90 dias por terem votado a favor da reforma da Previdência, contrariando a orientação da sigla partidária que tinham sido elegidos. Após suspender suas atividades no partido, o PDT retirou dela a vice-liderança na Câmara e a proibiu de ocupar assentos em comissões ou votar nas assembleias.

Após a decisão, Tabata Amaral protocolou o pedido de desfiliação do partido, na qual o partido reagiu com o pedido da perda do mandato dela sob alegação que não havia algum motivo. A Lei dos Partidos Políticos no Brasil prevê a perda do mandato de um parlamentar que se desfiliar sem justa causa. Para não ser enquadrada na lei, ela alegou ao TSE que estava sofrendo discriminação política, o que fez com que tivesse problemas com a cúpula do PDT. A crise do PDT com a Tabata Amaral foi encerrada depois que o TSE autorizou ela a sair do PDT sem perder o mandato, depois de uma longa disputa judicial que dourou mais de dois anos.

Fontes