11 de janeiro de 2021

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O constante atraso na divulgação dos relatórios da fase 3 dos testes, bem como a falta de documentos na Anvisa, onde o Instituto Butantan entrou, na sexta-feira passada, com um pedido de uso emergencial da CoronaVac, ontem ganhou uma explicação: há “problemas” com a taxa de eficácia da vacina – ou melhor, com a divulgação deste número.

O imbróglio que envolve a vacina, produzida pela empresa chinesa Sinovac, foi desvendado pelo programa Fantástico ontem à noite, que reportou que a eficácia divulgada na semana passada, de 78 a 100%, não é a taxa de eficácia exata. Segundo a reportagem, especialistas acreditam que a o número ficará em torno de 63%. O diretor do Butantan, Dimas Covas, entrevistado pelo Fantástico, disse: "eu divulguei as taxas de eficácia clínica, que é o que interessa para esta vacina". (...) "A população não sabe o que é eficácia (...). Ela quer saber qual o efeito que a vacina tem". Instado a confirmar o número de 63%, ele respondeu: "não é o momento de divulgar todos os detalhes do estudo".

A postura do Butantan, no entanto, destoa da de outros laboratórios, que, sim, divulgaram este número.

Ao Fantástico, a epidemiologista Denise Garret disse que o número, sim, é importante para que ser possa prever a "meta da campanha de vacinação". Ela também disse que o possível número, de cerca de 63%, não é ruim – a OMS sugere que a vacina covid-19 tenha ao menos 50% de eficácia, o que significa dizer que, de 100 pessoas vacinadas, 50% desenvolverão anticorpos e não pegarão covid nem transmitirão o vírus Sars-Cov-2 para outras pessoas.

Diversas outras vacinas já liberadas para uso emergencial ou em fase de serem liberadas, como as da Pfizer-BioNTech, da Moderna e a de Oxford-AstraZeneca (ChAdOx1), que no Brasil será produzida pela Fiocruz, apresentaram taxa de eficácia mínima de 90%, o que pode ser, na comparação, um “problema” para a CoronaVac.

No Bom Dia Brasil de hoje, foi reportado que na Indonésia a taxa de eficácia geral oficial é de 65%.

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Fontes