25 de abril de 2021

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Com apenas uma morte reportada durante os últimos 7 dias, segundo o Worldometer, a Nicarágua chama atenção como um aparente caso de sucesso no controle da pandemia. No entanto, segundo o jornal Confidencial, o que há é um controle do governo sobre os dados divulgados em relação à covid-19, o que inclui represálias a médicos que se disponibilizem a dar informações sobre o assunto.

De acordo com a reportagem do Confidencial ontem, somente nesta última semana, 42 pessoas foram internadas, algumas em estado grave, na capital, Manágua.

A organização independente Observatorio Ciudadano COVID19 Nicaragua escreveu no Twitter no dia 23 passado que houve, na semana que passou, 113 casos suspeitos de covid no país. No mesmo dia, o Observatorio também reportou 2.829 irregularidade neste período, desde "assédios, respostas inadequadas do Ministério da Saúde, arbitrariedade nas instituições estatais e informação insuficiente".

De acordo com o Observatorio ontem, o total de óbitos chega a 3.055 e não a 181, que é o número divulgado pelo Ministério da Saúde.

Em julho de 2020, o grupo Anonymous hackeou e divulgou documentos do governo da Nicarágua que já desmentiam os bons números relacionados à pandemia no país. Segundo o grupo, o total de infectados em maio daquele ano era de 1.332 e não os 16 casos divulgados pelo governo.

Aparente queda drástica dos números

Se em junho de 2020 o país chegou a ter picos de 600 novos casos/dia oficiais e 1.000 não oficiais, este número começou a cair drasticamente - e inexplicadamente - desde então. Além disto, o governo divulga os dados apenas semanalmente - no dia 22 de junho sequer chegou a mandar os números, inclusive para a OMS - e as cifras recentes são de apenas ~40 casos novos a cada semana (acesse os dados da OMS aqui).

O princípio de tudo

Em 16 de março de 2020, a primeira-dama e vice-presidente da Nicarágua, Rosario Murillo anunciou que o Instituto Nicaraguense de Turismo estava visitando os municípios do país e se encontrando com empresários do turismo fazendo os preparativos para a Semana Santa (que é um feriado importante comemorado por todo o país) apostando na economia e não no saúde das pessoas. O Ministério do Governo também declarou que a fronteira permaneceria aberta a todos os estrangeiros e nenhuma seria colocada em quarentena, independentemente de vir dos países afetados pela pandemia.

Em 17 de março de 2020, Rosario Murillo anunciou que Cuba enviaria médicos e produtos farmacêuticos à Nicarágua para ajudar a lidar com o coronavírus, apesar de não haver casos confirmados no país na época. Murillo também afirmou que os suprimentos médicos também foram enviados pela Venezuela.

Em 18 de março, Murillo anunciou o primeiro caso confirmado da Nicarágua: um homem de 40 anos que havia voltado recentemente para a Nicarágua do Panamá.[5] Em relação a ele, Murillo comentou dizendo que ele estava isolado e em condições estáveis, e que ela esperava que ele não precisasse de um ventilador médico. Críticos do governo de Daniel Ortega alegaram que o governo está ignorando o vírus e subestimando o vírus.

Referência

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Fontes