28 de agosto de 2024

Daniel Ortega
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O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, criticou o seu homólogo brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, a quem classificou de "rebaixando" pela sua postura sobre as eleições de julho na Venezuela, cujos resultados oficiais continuam sendo questionados pela oposição e pela comunidade internacional.

Também atacou o presidente colombiano Gustavo Petro, por apenas aceitar os resultados da eleição venezuelana, com o que acentuou ainda mais as atritos entre os dois países.

"A maneira como você se comportou, Lula, diante da vitória do presidente legítimo da Venezuela é vergonhosa. Vergonhosa! Repetindo as palavras de ordem dos ianques, dos europeus, dos rebaixados governos da América Latina. Lula você também se está arrastando! E não me diga que suas gestões foram extraordinárias", expressou Ortega na segunda-feira durante a XI Cúpula Extraordinária da Alternativa Bolivariana para os povos da América (ALBA), realizada de maneira virtual.

Ortega é um dos principais aliados de Maduro, e um dos poucos mandatários que reconheceram a questionada vitória do líder socialista.

"Para Petro, o que é que posso dizer para Petro? Pobre Petro. Eu vejo isso como competindo com Lula para ver quem vai ser o líder que vai representar os ianques na América Latina. Mas o pobre Petro não tem a força que o Brasil tem", disse Ortega.

Diante disso, o presidente colombiano respondeu através de sua conta no X: "nos chamou arrastados Daniel Ortega, só porque queremos uma solução negociada pacífica e democrática na Venezuela. Tal insulto me permite responder: ao menos não arrasto os Direitos humanos do povo de meu país e menos os dos meus companheiros de armas e de luta contra as ditaduras".

As eleições da Venezuela estiveram sob escrutínio por vários países latino-americanos depois que a oposição liderada pela líder María Corina Machado e o candidato presidencial Edmundo González denunciaram que, de acordo com as atas que possuem, Nicolás Maduro teria perdido, apesar dos resultados oficiais emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Lula da Silva se somou às objeções sobre os resultados eleitorais e disse que "Maduro sabe que deve uma explicação ao mundo", após a recusa do CNE de publicar as atas que comprovariam o suposto triunfo.

As relações entre o Brasil e a Nicarágua, anteriormente antigos aliados, deterioraram-se progressivamente à medida que a crise sócio-política em Manágua avança.

Ortega defende expulsão de embaixador do Brasil em Manágua

No início de agosto, a Nicarágua rompeu relações diplomáticas com o Brasil ao expulsar seu embaixador por uma fracassada gestão de Lula da Silva para mediar a crise política no país Centro-Americano.

Segundo Ortega, o conflito se originou depois que o Papa Francisco pediu ao presidente brasileiro que defendesse a libertação do Bispo Rolando Álvarez, atualmente libertado e exilado para Roma.

"Um dia que Lula foi visitar o Papa, depois ligaram da Chancelaria brasileira e estavam pedindo a ele se queria falar comigo porque tinha uma mensagem do papa. Falou-se com toda a clareza. Não precisamos de intermediários nem pedimos a Lula que fosse intermediário. Não respondemos a Lula e ele se incomodou", relatou Ortega.

A Nicarágua vive uma crise socio-política desde 2018, quando surgiram protestos contra o governo do presidente Ortega.

O presidente nicaraguense, que se denomina de esquerda, perdeu aliados políticos socialistas na América Latina, como Gustavo Petro, na Colômbia, e Gabriel Boric, no Chile.

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