12 de janeiro de 2021

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Após pressão da imprensa e cientistas, o Instituto Butantan (IB), divulgou hoje, em coletiva de imprensa transmitida nas redes sociais do Governo de São Paulo, a taxa de eficácia da vacina CoronaVac: a taxa global (geral) é de 50,38%, pouco acima dos 50% exigidos pela OMS.

Na semana passada, Covas havia divulgado uma taxa de 78% a 100% para casos leves, moderados e graves, dizendo ao Fantástico de domingo passado: “eu divulguei as taxas de eficácia clínica, que é o que interessa para esta vacina". (...) "A população não sabe o que é eficácia (...). Ela quer saber qual o efeito que a vacina tem". No programa também, instado a confirmar a taxa de eficácia geral, que cientistas passaram a estimar em cerca de 63%, Covas se negou: "não é o momento de divulgar todos os detalhes do estudo".

No entanto, ontem pela manhã, o Bom dia Brasil reportou que na Indonésia a taxa de eficácia divulgada era de de 65% - o que colocou ainda mais pressão para que o IB publicasse a informação, até então desconhecida.

A OMS estipula que a vacina contra a covid-19 tenha ao menos 50% de eficácia - o que significa dizer que, de 100 pessoas vacinadas, 50 desenvolverão anticorpos e não pegarão a doença.

Apesar de ter atingido pouco acima do número considerado aceitável pela OMS, a CoronaVac, segundo o estudo, se provou 100% eficaz para prevenir infecções graves por Sars-CoV-2 e 78% eficaz contra infecções leves, o que segundo Covas, ajuda a controlar as hospitalizações e mortes pela doença.

O termo "Dimas Covas" esteve em segundo lugar na classificação de assuntos mais comentados do Twitter logo após o anúncio, com muitas pessoas criticando o IB por ter tentando omitir a eficácia geral da vacina.

O problema

Diversas outras vacinas já liberadas para uso emergencial ou em processo de liberação, como as da Pfizer-BioNTech, da Moderna e a de Oxford-AstraZeneca (ChAdOx1), que no Brasil será produzida pela Fiocruz, apresentaram taxa de eficácia geral mínima de 90%, o que pode ser, na comparação, um “problema” para a CoronaVac, algo que o Butantan potencialmente tentou evitar.

No Brasil, o Butantan está investindo na construção de uma fábrica para produzir a CoronaVac com insumos vindos da empresa chinesa Sinovac, dona da tecnologia, o que pode se tornar um entrave quando, comparativamente, a Fiocruz passará a produzir a vacina ChAdOx1, que, segundo as empresas produtoras, é 40% mais eficaz (pelo menos no caso de se aplicar meia dose antes e uma dose completa duas semanas depois), embora os dados comprovados ainda não tenham sido divulgados.

Muitos agora se perguntam: a CoronaVac vale mesmo o uso de milhões de reais dos cofres públicos a médio e longo prazo, se este dinheiro poderia ser investido na ChAdOx1, uma vacina que potencialmente tem uma eficácia bem maior?

A resposta: Não é possível produzir doses suficientes de um único imunizante para toda a população, e, embora a CoronaVac tenha eficácia geral de pouco mais de 50%, ela evita casos graves e mortes da doença em 100% dos casos, e, dentre os 50% que pegarão a doença, 78% serão assintomáticos, o restante apresentando apenas casos leves, aliviando o saturado sistema de saúde.

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Fontes