27 de abril de 2021

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A Índia chegou hoje a 201.165 mortes por covid-19, sendo que 3.285 foram reportadas nas últimas 24 horas. Ontem, o número de óbitos era de 197.880.

Esta é a primeira vez que o país reporta mais de 3 mil mortes por dia desde o início da pandemia e, com a cifra total, o país se junta aos Estados Unidos, ao Brasil e ao México como o 4º a passar das 200 mil mortes por Sars-Cov-2.

Os dados são do website de estatísticas Worldometer, que ainda reporta que o total de casos no país asiático hoje chega a 17.988.637, dos quais 2.311.021 foram registrados nos últimos sete dias.

Pandemia fora de controle

O país vive uma situação desesperadora, com o número diário de novos casos e óbitos crescendo há vários dias. Só nos últimos três dias, por exemplo, foram registradas 354.531, 319.435 e 362.902 novas infecções e 2.806, 2.764 e 3.285 novos óbitos – todos números recordes no país.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma “tempestade perfeita”, causada pelas aglomerações em massa, variantes mais contagiosas e baixas taxas de vacinação desencadeou o atual surto. Já o jornal El País opina que além da nova variante, houve “excesso de confiança” das autoridades indianas, que acreditavam que o país já tinha superado o pior da crise.

Falta de oxigênio e excesso de corpos

Em diversas cidades da Índia está faltando oxigênio medicinal e diversos países, incluindo os Estados Unidos, França e Reino, estão enviando o produto ao país asiático. Ontem, uma carga incluindo 100 ventiladores e 95 concentradores de oxigênio foi enviada pelo governo britânico para Nova Delhi, cidade de 20 milhões de habitantes que está sofrendo duramente com a pandemia. A OMS também está trabalhando para entregar 4.000 concentradores de oxigênio ao país.

Além disto, outro problema é que centenas de corpos já se acumulam, em diversos locais, devido à falta de estrutura para realizar os enterros: faltam meios de transporte adequados para levar os corpos e faltam vagas em câmaras refrigeradas, necrotérios e crematórios, reporta o The Indian Express, que ontem escreveu uma matéria intitulada: “22 corpos de vítimas de covid estavam empilhados em uma ambulância em Maharashtra”.

Nova variante

O Instituto Nacional de Virologia (NIV) anunciou no início de abril a descoberta de uma nova variante do Sars-Cov-2 no país, que foi chamada de B.1.617.

Segundo o The India Express então, esta variante B.1.617 "carrega duas mutações, a E484Q e a L452R. Ambas são encontrados separadamente em muitas outras variantes do coronavírus, mas foram relatadas juntas pela primeira vez apenas na Índia. As duas mutações são encontradas na proteína spike do vírus. A proteína spike ajuda o vírus a se ligar aos receptores da célula humana e entrar na célula hospedeira".

Subnotificações

Relatos sobre subnotificações continuam e segundo o The Indian Express, o especialista em Saúde Rijo M. John, do Instituto Indiano de Administração, no estado de Kerala, escreveu no Twitter que a aparente queda nos números se deve à diminuição da quantidade de testes sendo feitos. “Isso não deve ser tomado como uma indicação de casos em queda, mas sim como uma questão de perder muitos casos positivos”, afirmou John.

Esta não é a primeira acusação sobre a má-gestão da pandemia pelo governo indiano – o país, apesar do grande número de infectados, possui, proporcionalmente, poucos óbitos, cerca de 1% do total de casos, quando nos países como Estados Unidos e Brasil, igualmente no topo do ranking, esta taxa é de cerca de 2,5%.

Ainda em julho de 2020, segundo o The India Express então, o advogado Hemant Gulati afirmou que vários hospitais não estavam admitindo pacientes por falta de leitos "Sempre que um paciente covid-19 vai a um hospital, o hospital diz que não há leitos disponíveis, portanto, ou os hospitais não estão notificando os dados corretamente ou o governo não tem controle sobre o funcionamento dos hospitais", disse.

A Suprema Corte de Delhi exortou ontem o governo da cidade a “colocar a casa em ordem”, reporta o The Indian Express.

Mais vacinas – com pagamento de taxa

A partir de 1º de maio próximo, todos os adultos com 18 anos ou mais poderão tomar uma vacina contra covid-19 em uso no país (a ChAdOx1 do Serum Institute of India ou a Covaxin do Bharat Biotech), o que representa, segundo o India Times, “impressionantes 842 milhões” de indianos.

Segundo o jornal também, o atual sistema existente que tem fornecido vacinas aos Centro de Vacinação será extinto e as pessoas terão que pagar 250 rúpias pela dose (cerca de 18 reais no Brasil). No entanto, 24 estados anunciaram que continuarão a vacinar a população gratuitamente, entre os quais alguns comunicaram que a vacinação será gratuita apenas para os adultos entre 18 e 45 anos de idade.

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Fontes