Agência VOA

25 de fevereiro de 2019

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Conflitos em localidades venezuelanas perto da fronteira com o Brasil já deixaram cerca de 25 mortos e 84 feridos desde sexta-feira, 22, revelou Emilio González, presidente do município (ou prefeito do município) de Gran Sabana.

Opositor de Nicolás Maduro, ele revelou ter usado rotas clandestinas para chegar a o Estado brasileiro de Roraima, onde pediu ajuda internacional neste domingo, 24.

Na região de Gran Sabana, administrada por González, fica a cidade de Santa Elena de Uairén, a 15 quilómetros do Brasil, e a localidade de Kumaparakay, a de 85 quilómetros da fronteira, onde houve o primeiro conflito.

Esses números de mortos e de feridos não foram citados por fontes oficiais, do presidente Nicolás Maduro, ou de grupos ligados ao autoproclamado Presidente Juan Guaidó.

"Neste momento estamos passando um momento difícil. Estamos em emergência. O narco-Governo de Nicolás Maduro está arremetendo contra um povo que necessita de paz e tranquilidade. O único rincão que tínhamos em Venezuela foi tomado por Maduro. Há sangue no caminho, nas ruas. Estamos sofrendo, portanto peço ajuda internacional porque estamos passando um momento difícil. Precisamos de ajuda", disse González.

Conflitos na fronteira

Entretanto, o Exército venezuelano e manifestantes voltaram a entrar em confronto na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, em Pacaraima, no Estado brasileiro de Roraima na tarde deste domingo, 24.

Os manifestantes atiraram pedras contra a Guarda Nacional Bolivariana (GNB), que respondeu com bombas de gás lacrimogéneo e, mais tarde, a Força Nacional do Brasil (FNB) fez uma barreira de contenção para impedir o avanço dos manifestantes e interromper o confronto.

Veículos da Força Nacional e homens da Polícia Rodoviária Federal chegaram à fronteira por volta das 14 horas e 50 minutos, após o início dos conflitos, na primeira vez que aquele corporação foi accionada desde o encerramento da fronteira na noite de quinta-feira, 21.

Pouco depois, as forças de segurança do Brasil fizeram a barreira de contenção a cerca de 50 metros da fronteira com a Venezuela, tento, então, os blindados venezuelanos recuado no terreno.

O coronel do Exército brasileiro José Jacaúna assegurou que a Força deve permanecer no local até que a tensão acabe e reforçou que essa barreira não significa que a fronteira foi fechada pelo Brasil.

"A contenção é para evitar confrontos e assim garantir a integridade física de todo mundo que está aqui”, afirmou o coronel.

Em nota, o Ministério da Defesa do Brasil afirmou que "intercedeu para que novos incidentes na linha da fronteira, envolvendo venezuelanos e a Guarda Nacional Bolivariana, não voltem a se repetir".

"Os veículos anti-distúrbios, que estavam na barreira montada no país vizinho, recuaram imediatamente.

Militares brasileiros e venezuelanos negociaram, no local, e foi entendida a inconveniência da presença desse tipo de aparato militar", afirmou o comunicado.

Noutras frentes, as fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia foram fechadas durante a noite por decisão do Governo de Nicolás Maduro, enquanto ma manhã deste domingo o Executivo da Colômbia tomou idêntica “para avaliar danos”.

No fim da tarde, apoiantes de Nicolás Maduro aglomeraram-se no lado venezuelano da fronteira, enquanto manifestantes venezuelanos do lado brasileiro entoaram gritos de "Fora, Maduro" e "Usurpador".

Antes dos conflitos deste domingo, a Guarda Nacional Bolivariana foi reforçada com duas linhas de defesa e veículos blindados.

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Fontes