18 de março de 2021
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (18) o regime de urgência para vários projetos da bancada feminina, que poderão ser votados nas próximas sessões do Plenário.
Uma das propostas que passa a ter urgência é o PL 741/21, que cria um programa de cooperação para ajudar na denúncia de casos de mulheres em situação de violência doméstica.
De autoria das deputadas Margarete Coelho (PP-PI) e Soraya Santos (PL-RJ), o programa, a ser chamado de Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, permitirá ao setor público e a determinados setores da economia firmarem termos de cooperação para receberem pedidos de socorro da vítima e os encaminharem à polícia.
“Os índices de violência no Brasil aumentaram muito com a pandemia, não só em relação às mulheres, mas também aos idosos e às crianças, porque o agressor está dentro de casa”, lembrou Soraya Santos, prometendo aprofundar as negociações para se chegar a um texto de consenso que possa ir a voto.
No mesmo sentido se pronunciou a coordenadora da bancada feminina, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO). “Eu me comprometo, como coordenadora, que o texto só será deliberado após um debate em que todas as instituições e as mulheres nos ajudem na construção de soluções que garantam avanços na legislação”, disse.
- Feminicídio
Outro projeto que ganhou urgência é o PL 2939/19, que estabelece, nos crimes de feminicídio, progressão de regime após o cumprimento de 4/5 da pena.
A autora do projeto, deputada Rose Modesto (PSDB-MS), ressaltou a importância do tema. “O crime de feminicídio não é um crime qualquer, pois é cometido, na sua grande maioria, por maridos, ex-maridos, namorados, ex-namorados. A Lei Maria da Penha tem sido considerada uma das melhores leis do mundo, mas temos de aplicar penas mais duras para esse crime”, argumentou.
- Serviços domésticos
Houve divergências quanto ao mérito também na votação da urgência do Projeto de Lei 1943/19, que prevê a inserção de advertências sobre a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres nas propagandas relacionadas a produtos para afazeres domésticos.
Para o deputado Gilson Marques (Novo-SC), o projeto “afronta o livre mercado, a livre iniciativa e a voluntariedade, a liberdade das mulheres de fazerem propaganda”.
Já a autora do projeto, deputada Rosa Neide (PT-MT), explicou que a intenção não é interferir para que mulheres não façam propaganda desse tipo. “Pode ser feita propaganda por mulher. Ela pode estar lavando roupa, fazendo propaganda de máquina de lavar e do que for necessário, só que nós vamos chamar a atenção, na propaganda, que homens e mulheres têm direitos iguais perante a Constituição”, defendeu.
- Prêmios iguais
Outra urgência aprovada foi para o Projeto de Lei 321/20, da deputada Rosângela Gomes (Republicanos-RJ), que proíbe a concessão de prêmios diferentes a homens e mulheres em competições desportivas.
“Esse é um projeto de inclusão, de justiça às mulheres. Sempre nas mesmas modalidades, atividades, na mesma profissão, nós mulheres recebemos os menores salários”, disse a deputada.
Ela citou caso ocorrido em Santa Catarina, em 2018, de uma competição de skate que pagou prêmio de R$ 17 mil para o menino vencedor e de R$ 5 mil para a menina vencedora.
Fontes
- Câmara aprova urgência para diversas propostas da bancada feminina — Câmara dos Deputados do Brasil, 18 de março de 2021
Essa notícia, ou partes dela, foi extraída da Câmara de Deputados. |
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