27 de outubro de 2024

Yamandú Orsi
Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

O Uruguai, a democracia mais estável da América Latina, votará no domingo para eleger o sucessor do presidente de centro-direita Luis Lacalle Pou, sendo a esquerda a favorita numa corrida que parece encaminhada para um segundo turno.

O esquerdista Yamandú Orsi, professor de história de 57 anos, deputado do ex-presidente José "Pepe" Mujica e candidato da oposição Frente Ampla, lidera a intenção de voto com 41%-47%, mas não obteria mais do que os 50 % necessária para vencer no primeiro turno, segundo analistas.

O candidato do Partido Nacional, Álvaro Delgado, veterinário de 55 anos que foi secretário da Presidência de Lacalle Pou, tem entre 20% e 25% de apoio.

O terceiro lugar, 15% a 16%, ficaria para o advogado conservador Andrés Ojeda, de 40 anos, do Partido Colorado, que está ganhando terreno entre os líderes com uma vibrante campanha nas redes sociais. Ele prometeu apoiar Delgado caso ele seja eliminado da corrida.

Delgado viu a sua percentagem de apoio cair nas sondagens nos últimos meses, enquanto Ojeda, considerado a “nova cara” da política uruguaia, ganhou terreno com políticas sobre saúde mental, criminalidade e pobreza infantil.

Cerca de 2,7 milhões de uruguaios são chamados a votar nas eleições de domingo, que são secretas e obrigatórias.

Os uruguaios elegerão o novo presidente, 30 senadores e 99 deputados, embora tudo isso tenha sido ofuscado por outra votação: um plebiscito sobre as aposentadorias que, alertaram políticos e analistas, poderia paralisar as finanças do país.

Este referendo domina as manchetes, muito mais do que a corrida presidencial, porque a proposta de pensões revogaria as reformas recentes, reduziria a idade de reforma em cinco anos, vincularia as pensões ao salário mínimo e eliminaria os gestores de fundos de pensões privados.

O domingo também decidirá se autorizará batidas policiais noturnas em residências, um plebiscito que surge em resposta aos temores sobre o crime organizado e a segurança pública.

Quão diferentes são as plataformas dos principais candidatos?

De acordo com um artigo do Wilson Center - um think tank em Washington - o sistema político-partidário do Uruguai é considerado o mais forte da região, e tanto a Frente Ampla como os partidos da coligação no poder têm fortes bases de apoio, o que significa que estes partidos representam o maioria do eleitorado. Como resultado, o número de eleitores indecisos no Uruguai é relativamente pequeno.

Existem diferenças políticas marcantes no sistema uruguaio. Os partidos de centro-direita reduziriam o tamanho do Estado e aumentariam a eficiência burocrática, inclusive nas empresas estatais. O candidato do Partido Nacional, Álvaro Delgado, comprometeu-se explicitamente a não aumentar os impostos.

A Frente Ampla argumenta que se chegar ao governo atingiria um excedente de 2% do PIB até ao final do mandato de cinco anos, mas não está claro como isso seria conseguido, dado que o candidato Orsi diz que não aumentaria os impostos. ou reduzir o tamanho do Estado.

Fontes

editar