26 de outubro de 2024

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O Uruguai, a democracia mais estável da América Latina, votará no domingo para escolher o sucessor do presidente de centro-direita Luis Lacalle Pou, com a esquerda como favorita em uma disputa que parece se encaminhar para um segundo turno.

O esquerdista Yamandú Orsi, um professor de história de 57 anos, deputado do ex-presidente José "Pepe" Mujica e candidato da oposição Frente Ampla, lidera as intenções de voto com 41 % - 47 %, mas não obteria mais do que os 50 % necessária para vencer no primeiro turno, segundo analistas.

O candidato do Partido Nacional, Álvaro Delgado, um veterinário de 55 anos que foi secretário da Presidência de Lacalle Pou, tem entre 20 % e 25 % de votos.

O terceiro lugar, com 15 % a 16 %, seria ocupado pelo advogado conservador de 40 anos Andrés Ojeda, do Partido Colorado, que está ganhando terreno aos líderes com uma vibrante campanha nas redes sociais. Ele se comprometeu a apoiar Delgado se ele seja eliminado da corrida.

Delgado viu cair a sua percentagem de respaldo nas pesquisas nos últimos meses, enquanto Ojeda, considerado a "nova cara" da política uruguaia, ganhou terreno com políticas sobre saúde mental, delinquência e pobreza infantil.

Cerca de 2,7 milhões de uruguaios são chamados a votar nas eleições de domingo, que são secretas e obrigatórias.

Os uruguaios elegerão o novo presidente, 30 senadores e 99 deputados, embora tudo isso tenha sido ofuscado por outra votação: um plebiscito sobre as aposentadorias que, segundo alertaram políticos e analistas, poderia paralisar as finanças do país.

Este referendo domina as manchetes, muito mais do que a corrida presidencial, porque a proposta sobre pensões anularia as reformas recentes, reduziria a idade de aposentadoria em cinco anos, vincularia as pensões ao salário mínimo e eliminaria as administradoras de fundos de pensões privados.

No domingo também será decidido sobre a autorização de batidas noturnas da polícia nas casas, um plebiscito que surge como resposta aos temores sobre o crime organizado e a segurança pública.

Quão diferentes são as plataformas dos principais candidatos?

De acordo com um artigo do Wilson Center - um centro think tank em Washington - o sistema de partidos políticos do Uruguai é considerado o mais forte da região, e tanto a Frente Ampla quanto os partidos da coligação governante têm fortes bases de apoio, o que significa que esses partidos representam a maioria do eleitorado. Como resultado, o número de eleitores indecisos no Uruguai é relativamente pequeno.

Existem diferenças políticas marcantes no sistema uruguaio. Os partidos de centro-direita reduziriam o tamanho do Estado e aumentariam a eficiência burocrática, inclusive nas empresas estatais. O candidato do Partido Nacional, Álvaro Delgado, comprometeu-se explicitamente a não aumentar os impostos.

A Frente Ampla argumenta que, se chegar ao governo, alcançaria um excedente de 2 % do PIB até o final do mandato de cinco anos, mas não está claro como isso seria alcançado, já que o candidato Orsi diz que não aumentaria os impostos nem reduziria o tamanho do Estado.

Fontes

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