9 de junho de 2022
O Presidente da África do Sul dirigiu-se ao Parlamento nesta quinta-feira (9), pela primeira vez desde que o antigo diretor-geral da Segurança do Estado, Arthur Fraser, apresentou uma declaração juramentada à polícia que o acusava de esconder grandes somas de dinheiro.
- Cyril Ramaphosa negou qualquer ato delituoso.
Fraser disse que a 9 de fevereiro de 2020, um trabalhador doméstico e cinco cúmplices roubaram pelo menos 4 milhões de dólares que foram enfiados na mobília da quinta de caça Phala Phala de Ramaphosa.
Aquele responsável alegou ainda que o Presidente não denunciou o crime à polícia, mas pediu ao chefe da Unidade de Protecção Presidencial, Major General Wally Rhoode, que se ocupasse do assunto.
- Rhoode alegadamente reuniu uma equipa que localizou os assaltantes.
Arthur Fraser disse que, quando foram encontrados, cada um dos homens recebeu o equivalente a 9.700 dólares para ficar calado sobre os milhões roubados.
Cyril Ramaphosa negou qualquer atividade criminosa, mas admite que o dinheiro foi roubado da sua quinta, e que era proveniente da venda de caça selvagem.
O discurso do Presidente no Parlamento começou com uma hora de atraso porque membros do partido Combatentes da Liberdade Económica se opuseram a que Ramaphosa, que descreveram como criminoso e “lavador” de dinheiro.
O Presidente continuou a dizer ao Parlamento que o país enfrenta muitos desafios e que os legisladores não podem, nas suas palavras, “distrair-se da tarefa que têm entre mãos”.
- Questões que precisam de ser respondidas
O professor e analista de Ciência Política da Universidade de Joanesburgo, Mcebisi Ndletyana, diz que há muitas questões que precisam ser respondidas, sobretudo porque aquela quantidade de dinheiro era mantida em casa e se Ramaphosa pagou impostos sobre o dinheiro.
Ele nota que Fraser não é amigo do Presidente Ramaphosa e foi implicado na investigação sobre a alegada corrupção durante a Presidência de Jacob Zuma.
As acusações contra Ramaphosa estão a ser investigadas.
Fonte
- ((pt)) VOA Português. Ramaphosa pode estar em maus lençóis — Voz da América, 9 de junho de 2022
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