Agência VOA

John Kerry preside cerimónia de abertura da embaixada americana em Havana este mês.

Estados Unidos • 1 de julho de 2015

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O presidente Barack Obama anunciou nesta quarta-feira, 1 de Julho, a reabertura da embaixada dos Estados Unidos em Cuba pela primeira vez em mais de 50 anos e pediu para o Congresso retirar o embargo a Havana. Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba informou que a reabertura ocorrerá em 20 de Julho, pouco depois de os dois líderes trocarem cartas sobre a retomada das relações entre os países, cortados em 1961.

“Nós somos vizinhos, agora podemos ser amigos, americanos e cubanos estão igualmente prontos para avançar. Eu acredito que é hora de o Congresso fazer o mesmo”, disse Obama em Washington.

Em Viena, o secretário de Estado americano John Kerry afirmou que “o engajamento é melhor do que se apegar ao passado”.

Kerry vai participar da cerimónia em Havana para marcar o momento histórico e levantar a bandeira americana sobre a embaixada em Cuba.

O presidente americano ressaltou que está a pressionar o Congresso para levantar as restrições económicas e de viagens a Cuba “porque não funcionou por 50 anos”.

A retirada do embargo é uma das condições exigidas pelo Governo cubano para retomar a relação. Além disso, Havana pede que a base militar de Guantánamo volte para a soberania cubana.

O anúncio foi feito após uma carta de Obama ser entregue a Raúl Castro pelo diplomata-chefe americano, Jeffrey DeLaurentis, ao ministro das Relações Exteriores cubano, Marcelino Medina.

O gesto americano foi retribuído pelo chefe da Repartição de Interesses de Cuba em Washington, Jose Ramon Rodriguez Cabañas, que entregou ao número dois do Departamento de Estado dos EUA, Anthony Blinken, uma carta de Raúl Castro para Obama com mensagem semelhante.

História

As relações entre os dois países tinham sido congeladas em 4 de janeiro de 1961, quando o governo americano rompeu relações diplomáticas e em 1962, impôs um embargo comercial com a ilha comunista, depois promover desapropriações às empresas estrangeiras (quase todas americanas) sem idemniza-las, por decidir implantar economia socialista e se aliar à União Soviética (hoje Rússia).

Em 17 de Dezembro do ano passado, EUA e Cuba concordaram em normalizar os laços. Cinco meses depois, em Abril último, os dois líderes dos países se encontraram na VII Cúpula das Américas e mantiveram conversas históricas. Na ocasião, Obama e Castro se comprometerem com o pleno restabelecimento das relações bilaterais e o diálogo político construtivo, no que foi classificado por ambos de marco de uma nova era para a região.

No entanto, questões importantes em relação à retomada dos laços permanecem sem resolução, tais como discussões sobre direitos humanos, pedidos de compensação por propriedades americanas confiscadas em Havana e danos a Cuba pelo embargo, possibilidades de cooperação na aplicação da lei, incluindo o tema delicado de fugitivos criminosos americanos abrigados em Havana.

Obama também quer que o Congresso revogar o embargo económico contra Cuba, embora enfrente a resistência dos republicanos e de alguns democratas. Os que se opõem à normalização das relações com Cuba dizem que Obama está a recompensar um regime envolvido em graves violações dos direitos humanos.

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