27 de outubro de 2024
Milhares de pessoas tomaram a principal avenida do centro de Lisboa no sábado para protestar contra a violência policial, vários dias depois que um policial atirou em um morador português nascido em Cabo Verde, desencadeando uma onda de agitação.
O grupo de direitos humanos Vida Justa, que convocou o protesto, mudou a rota para evitar confrontos com partidários do partido anti-imigração de extrema-direita Chega, que realizou uma manifestação menor separada também no centro de Lisboa em apoio à polícia.
A violência eclodiu nos arredores multiétnicos da capital após o tiroteio de segunda-feira de Odair Moniz, um chef de 43 anos, no subúrbio de Amadora.
Os manifestantes gritando "justiça para Odair" carregavam cartazes com slogans como "Pare de nos matar" e "Para quem ligar quando o assassino é a polícia?"
Fábio Lima, de 36 anos, disse que "a violência policial é uma prática comum em nossos bairros".
"A polícia, que deveria nos deixar calmos e seguros, nos deixa ansiosos e assustados. Estou muito mais seguro no meu bairro sem a presença da polícia ... Esta não é uma reação normal", disse ele.
Vida Justa disse que "a violência e a impunidade policial" devem parar e as pessoas nos subúrbios mais pobres não podem "ser tratadas como não-cidadãos".
Gabriela Ferreira, de 42 anos, disse ser "importante exigir justiça, estar nas ruas e mostrar que não temos medo".
"Há discriminação e alguma infiltração nas forças policiais de pessoas que são abertamente racistas, que podem até ter alguns vínculos políticos fascistas ou de extrema direita", disse ela.
No ano passado, o Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial disse estar preocupado com o uso excessivo da força pela polícia em Portugal, particularmente "contra pessoas de ascendência africana".
Fontes
editar- ((en)) Thousands Protest in Lisbon against Police Violence — Tasnim News Agency, 27 de outubro de 2024
Esta notícia é uma transcrição parcial ou total da Tasnim News. |