Brasil • 26 de agosto de 2005

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não irá tomar decisões drásticas como fizeram os governantes brasileiros: Getúlio Vargas, que se matou em 1954, Jânio Quadros, que renunciou em 1961, e João Goulart (Jango), equivocadamente citado por Lula como um ex-presidente que renunciou, mas que na verdade foi deposto durante a revolução militar de 1964. Lula também citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek.

Lula disse na quinta-feira (25), durante a 13ª Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto, em Brasília:

"Crise nesse país, já levou, em 54, o presidente Getúlio Vargas a se matar. Crise nesse país, levou o Juscelino a ser mais achincalhado do que qualquer outro presidente da história deste país. O Jânio Quadros, que não era nenhum homem de esquerda, desistiu por causa do inimigo oculto, até hoje nós não sabemos quem são os inimigos ocultos. Estão tão ocultos que a gente não conseguiu saber e ele morreu sem contar para a gente. Mas tem adversários ocultos porque tem pessoas que falam coisas, não se apresentam, e você fica pagando pela irresponsabilidade de alguém que falou sem provar nada. O Jânio Quadros, ou melhor, o João Goulart foi obrigado a renunciar (sic)".

Lula disse que seguirá o exemplo do ex-presidente Juscelino Kubitschek: "Não farei o que fez o Getúlio Vargas, não farei o que o Jânio Quadros fez e não farei o que fez o João Goulart. Meu comportamento será o que teve Juscelino Kubitschek: paciência, paciência, paciência. A verdade prevalecerá, e o povo saberá verdadeiramente o que está acontecendo no Brasil, e quem praticou corrupção ou não".

Lula criticou a maneira como foram envolvidos na crise o Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e o Ministro da Fazenda Antonio Palocci:

"Quando é que eu acho que as coisas começam a ficar muito mais grave (sic) e coloca (sic) muito mais veneno na própria crise? É quando, tentam envolver um homem da magnitude do Márcio Thomaz Bastos, sabe, à prova de denúncias, de um gângster que está condenado a 25 anos de cadeia e que faz julgamento de um ministro e apresenta como denúncia, contra o ministro, a sua declaração de Imposto de Renda".

Antonio Oliveira Claramunt, o "Toninho da Barcelona", disse para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios que tem informações sobre supostas práticas de irregularidades financeiras do Partido dos Trabalhadores (PT) e de outros políticos. Ele mencionou o nome do Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos durante uma de suas denúncias.

O presidente criticou a maneira como os procuradores do Ministério Público de São Paulo divulgaram informações sobre o depoimento de Rogério Tadeu Buratti, ex-assessor do Ministro da Fazenda Antonio Palocci. Buratti disse que o ministro da Fazenda, na época em que era prefeito de Ribeirão Preto, recebia R$ 50 mil da empresa Leão & Leão, que fazia a coleta de lixo da cidade.

Lula pediu paciência: "Muita gente quer que as coisas aconteçam mais rapidamente, mas é humanamente impossível imaginar que a CPI pode terminar antes do tempo que tem que terminar, que o Ministério Público possa fazer o processo antes de investigar com a Polícia Federal, e que a Justiça possa julgar antes de receber todas as informações para julgar."

O presidente garantiu que não irá poupar os amigos que forem envolvidos em atividades de corrupção: "Pode ser o meu melhor amigo, dentro ou fora do PT, dentro ou fora do governo, se cometer algum coisa de equívoco de conduta, com a mesma grandeza que eu o convidei para vir para o governo, eu o convido para deixar o governo e, depois, ele responderá onde tiver que responder."

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