Brasil • 17 de agosto de 2005

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Ontem (16), integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios foram à São Paulo para ouvir o doleiro que cumpre pena Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona. Ele disse que fez operações financeiras de envio de dólares ao exterior para o Partido dos Trabalhadores (PT) e envolveu os nomes do Ministro da Justiça brasileiro e de outras pessoas.

Segundo o relator da CPI dos Correios, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR): "Ele comprometeu muita gente".

Toninho da Barcelona afirmou ter informações sobre operações de envio de dólares para o exterior feitas pelo atual Ministro da Justiça Márcio Thomas Bastos, o deputado e ex-Ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP), o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares além de outros políticos e pessoas do governo.

O doleiro já tinha afirmado em cartas para a família saber que o PT enviava dinheiro para países estrangeiros desde a primeira campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989. A informação foi divulgada pela revista Veja e a CPI foi à São Paulo investigar.

Ficou decidido que Toninho da Barcelona deverá ir à Brasília para prestar novo depoimento à CPI dos Correios.

O doleiro também exigiu proteção e uma redução na sua pena de 25 anos de prisão por evasão de divisas através do benefício da delação premiada.

Ministério da Justiça responde

A Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça distribuiu a seguinte nota à imprensa negando as declarações de Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona:

NOTA À IMPRENSA

Sobre as afirmações feitas pelo doleiro Antônio Claramunt, em depoimento hoje à subcomissão da CPI dos Correios, de que o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos teria "trocado dólares" e que a movimentação poderia ser comprovada por meio de declarações de Imposto de Renda, a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça esclarece que:

Márcio Thomaz Bastos utilizou os serviços do Unibanco para realizar aplicações financeiras no exterior, em 1995. Ao contrário do que teria afirmado o doleiro, cada uma das aplicações tem suporte em remessas devidamente registradas no Banco Central e em contratos de câmbio, conforme documentação que já foi enviada à CPI do Banestado e está disponível.

Em 2002, Thomaz Bastos optou por trazer suas aplicações financeiras para o Brasil, recolhendo mais de R$ 1 milhão ao fisco brasileiro.

Ao assumir o ministério da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, por precaução e transparência, passou a administração de todos os seus bens para uma instituição financeira e se desfez das cotas de seu antigo escritório de advocacia, numa operação aprovada antecipadamente pela Comissão de Ética Pública.

O desafeto dos doleiros, sobretudo daqueles presos por força da atuação do MJ, por meio de operações como Anaconda e Farol da Colina, desencadeadas pelo Departamento de Polícia Federal, não surpreende ao ministro.

Assessoria de Comunicação Social, Ministério da Justiça.

Ver também

Fontes