Tribuna do Ceará

14 de janeiro de 2015

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O juiz José Arnaldo dos Santos Soares, da Comarca de Jijoca, no Ceará, revogou a prisão temporária da farmacêutica Mirian França. A decisão foi divulgada na manhã desta terça-feira (13). A carioca, principal suspeita de matar a turista italiana Gaia Molinari, em Jericoacoara, estava presa há duas semanas depois de cair em contradição durante depoimentos.

Segundo o Tribunal de Justiça do Ceará, o juiz analisou informações enviadas pelas Polícia Civil e decidiu que “a prisão temporária não deve se aplicar à Mirian“. O magistrado ainda decidiu que a farmacêutica não poderá se ausentar do Estado pelo prazo de 30 dias, para continuar a contribuir com as investigações.

O caso de Mirian gerou indignação e comoção de diversas pessoas ligadas ao movimento negro e aos Direitos Humanos. A prisão da doutoranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro mobilizou 6,4 mil pessoas no Facebook pedindo sua soltura. De acordo com a família da jovem, a carioca teve sua prisão decretada “por ser negra e pobre”. A Defensoria Pública do Ceará afirmou que nenhum dos motivos apresentados pela delegada do caso, Patrícia Bezerra, justifica a detenção farmacêutica.

A carioca foi encaminhada para o Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito. Depois, Mirian retornará à delegacia para formalizar a soltura. O vereador João Alfredo (PSOL), que participa da mobilização que defende Mirian, informou que a suspeita não dará entrevistas. Em conjunto com a Defensoria, a rede que se formou em solidariedade à farmacêutica irá abrigá-la. “Mirian vai ficar em um local seguro, onde ela tenha privacidade e a ideia é que esse local não seja disponibilizado”.

Ainda segundo o vereador, que conversou com a jovem quando estava presa, Mirian está bastante assustada com os últimos acontecimentos e está sendo acompanhada por uma psiquiatra. “Tudo isso demanda um certo cuidado e é preciso deixar claro que nós queremos e vamos lutar que esse caso seja esclarecido”, afirmou.

A delegada decretou a prisão temporária de Mirian após a carioca cair em contradição e comprar uma passagem de volta para o Rio de Janeiro, em meio às investigações sobre a morte de Gaia. A italiana desapareceu na tarde do dia 24 de dezembro e foi encontrada morta no dia seguinte, na região do Serrote, próximo ao ponto turístico da Pedra Furada, em Jericoacoara.

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