6 de agosto de 2020

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Mortos e feridos após a bomba de Hiroshima

Os sobreviventes do primeiro bombardeio atômico do mundo se reuniram novamente em Hiroshima, no Japão, nesta quinta-feira para lembrar o 75º aniversário do ataque.

A pequena multidão no Parque Memorial da Paz de Hiroshima ficou em silêncio por um minuto, às 8h15, no exato momento em que uma bomba atômica apelidada de “Pequeno menino” (Little Boy) foi lançada do avião de guerra americano Enola Gay, matando 140.000 pessoas e reduzindo a cidade inteira a ruínas.

Ao contrário de anos anteriores, apenas os “hibakusha”, como são conhecidos os sobreviventes, suas famílias e alguns dignitários estavam presentes ao evento deste ano devido a pandemia de Covid-19.

O primeiro-ministro Shinzo Abe usou seu discurso anual para prometer o compromisso do Japão com um mundo livre de armas nucleares, dizendo que o país atuaria "como uma ponte" entre as potências nucleares do mundo para criar um terreno comum para que chegassem a um acordo. Já o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, pediu ao governo japonês que assine e ratifique o tratado de proibição de armas nucleares da ONU adotado em 2017, fato que frustrou o número cada vez menor de hibakusha. O Japão também está sob a proteção do arsenal nuclear dos EUA, apesar da promessa não-nuclear de Tóquio.

"Hoje, um mundo sem armas nucleares parece estar escapando ainda mais do nosso alcance", disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em uma mensagem de vídeo reproduzida durante a cerimônia. Guterres alertou que a 'rede de controle de armas, transparência e instrumentos de fortalecimento da confiança estabelecidos durante a Guerra Fria e suas conseqüências estão se desgastando. Divisão, desconfiança e falta de diálogo ameaçam levar o mundo de volta a uma competição nuclear estratégica e desenfreada'. "Agora é a hora do diálogo, medidas de fortalecimento da confiança, reduções no tamanho dos arsenais nucleares e maior restrição", disse.

O bombardeio de Hiroshima foi seguido três dias depois por um segundo bombardeio atômico dos EUA na cidade de Nagasaki, que matou mais de 70.000 pessoas. O segundo atentado levou o Japão a se render incondicionalmente às Forças Aliadas em 15 de agosto, pondo fim à Segunda Guerra Mundial e ao meio século de agressão do Japão a outros países asiáticos.

Fonte