Agência Brasil

Japão • 5 de maio de 2012

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

Brasília - O Japão está fechando neste sábado (5) seu último reator nuclear em funcionamento, o que deixa o país sem nenhuma energia atômica pela primeira vez em mais de quatro décadas. O terceiro reator da Usina de Tomari, na região de Hokkaido, é o último de mais de 50 que tiveram as operações suspensas para manutenção, desde que o terremoto, seguido de tsunami, de março de 2011, causou o desastre em Fukushima.

Até o ano passado, 30% da energia do país eram nucleares, mas agora cada um dos reatores precisa passar por testes para demonstrar que é capaz de suportar terremotos e tsunamis.

Centenas de pessoas participaram de passeata pelas ruas de Tóquio. Eles esperam que o fechamento do último reator seja o fim da energia nuclear no país. "Há tantas usinas nucleares, mas nenhuma funcionará hoje, graças a nossos esforços", disse o ativista Masashi Ishikawa à multidão.

O governo japonês vem fazendo alertas de que o país enfrentará falta de energia durante o verão e defende a reabertura de reatores que já passaram pelos testes e foram considerados seguros - como dois na Usina de Ohi, no Oeste do Japão. Para que isso ocorra, no entanto, é necessária a permissão das autoridades locais, que ainda não foi concedida. Empresas já foram avisadas de que pode haver consequências para a indústria, caso nenhuma usina nuclear volte a funcionar.

Para suprir a demanda por energia, o Japão vem aumentando a importação de combustíveis fósseis, e companhias de eletricidade estão colocando antigas usinas em funcionamento. Se o país conseguir passar pelo calor do verão sem apagões, analistas dizem que aumentará ainda mais a pressão pelo fim permanente do uso de energia nuclear.

Em volta de Fukushima, usina que foi seriamente danificada pelo terremoto e tsunami de 2011, uma zona de exclusão de 20 quilômetros continua em vigor. Explosões ocorreram em quatro dos seis reatores depois dos desastres naturais, devido a uma falha no sistema de resfriamento, o que levou a vazamentos radioativos e à evacuação forçada de milhares de pessoas.


Fonte