29 de dezembro de 2024
As forças israelenses detiveram mais de 240 palestinos, incluindo dezenas de funcionários médicos e o diretor de um hospital no norte de Gaza que invadiram na sexta-feira, segundo o Ministério da Saúde do enclave e os militares israelenses.
O Ministério da Saúde expressou preocupação com o bem-estar de Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan, já que alguns funcionários liberados pelo exército israelense na noite de sexta-feira alegaram que ele havia sido espancado por soldados.
Os militares israelitas afirmaram que o hospital estava sendo utilizado como centro de comando para as operações militares do Hamas e que os detidos eram suspeitos de serem militantes. Afirmou que Abu Safiya foi detido para interrogatório por suspeita de ser um agente do Hamas.
Os militares israelenses não responderam às perguntas sobre Abu Safiya. Na sexta-feira, eles negaram as alegações de que incendiaram o complexo e disseram que estavam conduzindo operações contra o Hamas e a infraestrutura insurgente na área.
Os militares reiteraram as alegações de que membros do Hamas operam dentro do Hospital Kamal Adwan, mas não ofereceram provas. Os responsáveis pelo centro negam a acusação.
A MedGlobal, a organização humanitária onde Abu Safiya trabalha, disse na sexta-feira que ele era um médico importante para a organização e que estavam muito preocupados. O incidente segue-se à detenção, em Outubro, de outros cinco dos seus trabalhadores, acrescentou o grupo, classificando a situação como um “padrão alarmante e flagrante de ataques ao pessoal médico e aos espaços”.
O hospital Kamal Adwan foi atacado várias vezes nos últimos três meses por tropas israelitas que travavam uma ofensiva contra as forças do Hamas nos bairros vizinhos. De acordo com o ministério, um ataque ao hospital no início da semana matou cinco dos seus profissionais de saúde.
Na sexta-feira, o Hamas rejeitou como mentira a alegação de Israel de que os seus combatentes tinham operado a partir do hospital durante a guerra de 15 meses em Gaza, dizendo que não havia combatentes no hospital.
Os militares israelitas afirmaram que 350 pacientes e pessoal médico foram evacuados antes da operação Kamal Adwan, enquanto outros 95 foram evacuados para o Hospital Indonésio durante a operação, em coordenação com as autoridades de saúde locais.
O ataque ao hospital, um dos três centros médicos no extremo norte de Gaza, deixou fora de serviço o último grande centro de saúde no norte de Gaza, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) numa mensagem publicada no X.
- Desânimo com a OMS
A "OMS está chocada com a incursão de ontem. O desmantelamento sistemático do sistema de saúde e o cerco de mais de 80 dias no norte de Gaza colocam em perigo a vida dos 75 mil palestinos que permanecem na área", afirmou a OMS.
Separadamente, o Ministério da Saúde de Gaza afirmou que os ataques israelitas no enclave mataram 18 palestinianos no sábado, pelo menos nove deles numa casa no campo de Maghazi, no centro da Faixa de Gaza.
Fontes
editar- ((es)) Israel asalta un hospital en Gaza y detiene a 240 palestinos, incluidos médicos — VOA News, 28 de dezembro de 2024
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