12 de janeiro de 2020

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, concorrerá a um segundo mandato de cinco anos como chefe da organização, disse o seu porta-voz. Guterres informou ao presidente da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança que "ele está disponível para servir um segundo mandato como secretário-geral das Nações Unidas", que duraria de 2022 a 2026.

Autoridades diplomáticas disseram que Guterres, 71 anos, disse aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira que planeava candidatar-se a um segundo mandato. Segundo um diplomata durante o encontro com representantes da China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, Guterres descreveu as muitas ameaças que o mundo enfrenta. Ele ressaltou a necessidade de reconciliar "humanidade e natureza" e a importância de uma melhor cooperação internacional em outros desafios, como segurança cibernética e terrorismo, acrescentou o diplomata.

Outros diplomatas disseram que a esperança de Guterres de servir um segundo mandato até agora não encontrou resistência por parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança. É tradicional para um secretário-geral da ONU servir no máximo dois mandatos, embora antes da eleição de novembro nos EUA, diplomatas tenham dito que Guterres não planeava tentar um segundo mandato se o presidente Donald Trump fosse reeleito.

O líder dos EUA, que se encontra de saída, desprezou o multilateralismo em muitos casos e atacou órgãos da ONU, como a Organização Mundial da Saúde.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse que "acolheu calorosamente" a decisão de Guterres de concorrer a um segundo mandato e felicitou-o por "fazer um trabalho fantástico".

"Seria um erro simplesmente substituí-lo por razões simbólicas", disse Johnson em uma aparente referência à ideia de nomear a primeira secretária-geral feminina para substituí-lo. "Ele é muito cuidadoso em sua análise", acrescentou Johnson. "Mas também a maneira como ele defende novas soluções para os novos problemas que enfrentamos."

Vários grupos não governamentais criticaram Guterres anteriormente, dizendo que ele tem-se mantido silencioso sobre questões de direitos humanos.

Guterres disse que, nos bastidores, defendeu várias causas junto aos líderes mundiais. "Se Antonio Guterres deseja o segundo mandato como chefe da ONU, ele deve comprometer-se a implementar a sua Chamada para Acção pelos Direitos Humanos", disse no Twitter Louis Charbonneau, que chefia a ala de monitoramento da ONU da Human Rights Watch.

Guterres, ex-primeiro-ministro de Portugal e ex-alto comissário da ONU para os refugiados, termina o seu primeiro mandato em Dezembro. Ao longo do ano, o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral confirmarão se Guterres cumprirá ou não um segundo mandato.

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