Agência Brasil

27 de setembro de 2015

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O Partido Popular (PP) espanhol alertou hoje (27) que o governo "não vai consentir" que se continue o processo de independência da Catalunha, apesar dos resultados das eleições regionais apontarem para uma vitória dos independentistas.

O alerta foi anunciado pelo vice-secretário para Comunicação do PP, Pablo Casado, durante entrevista concedida na sede nacional do partido, em Madri, capital da Espanha. Aos jornalistas, Casado afirmou que, apesar dos resultados das eleições catalãs de hoje, "amanhã tudo estará igual".

Segundo Pablo Casado, o presidente do parlamento regional catalão e líder do Juns pel Sí, Artus Mas, "fracassou" ao não conseguir maioria absoluta e “também não ganhou [a votação] do ponto de vista plebiscitário”.

O dirigente do PP acrescentou que, tanto o PP quanto o governo continuarão fazendo o que têm feito: governar e garantir o cumprimento da lei.

"Vamos continuar a garantir a legalidade, defendendo a unidade da Espanha e pedindo tranquilidade aos espanhóis, porque o governo continuará garantindo o Estado de Direito e a liberdade na Espanha", acrescentou Casado.

Com 95% dos votos escrutinados nas eleições da Catalunha, os partidos independentistas conseguiram 72 deputados (62 da Junts pel Sí, de Artur Mas, e dez da Candidatura de Unidade Popular, a CUP).

No entanto, as duas formações não obtiveram mais do que 47,8% dos votos, enquanto o resto das formações que não defendem esse caminho conquistaram 52,2% dos eleitores.

Durante a campanha, os dirigentes da Junts afirmaram que, caso os independentistas obtivessem a maioria absoluta no parlamento, iniciariam, em 18 meses, um processo de negociações com Espanha, com a União Europeia (UE) e com os estados-membros sobre a independência da Catalunha.

Separatistas

Líder da coligação Junts pel Si, Raul Romeva, informou que a vitória nas eleições catalãs significa que os independentistas obtiveram o "mandato democrático" que queriam para prosseguir com o projeto da independência da região.

Romeva discursou após dois outros líderes da coligação, o dirigente da Esquerra Republicana Catalana, Oriol Junqueras, e o atual presidente da Generalitat (governo regional), Artur Mas, que falaram sobre a vitória na praça próxima ao Centro Cultural de Born, em Barcelona.

"As pessoas têm o direito de ser ouvidas. Hoje falaram. Ganhou o 'sim' e nós tivemos um mandato democrático. Ninguém pode nos dizer que não temos a legitimidade para fazer o que tínhamos previsto", que é construir um novo estado, afirmou o político catalão.

De acordo com Raul Romeva, houve uma "campanha hostil por parte do bloco do ‘não' [à independência], cheia de mentiras", mas os cidadãos não se amedrontaram e votaram "conscientes de uma oportunidade histórica."

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