9 de julho de 2020

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Kenneth Mackenzie e John Troxell
Kenneth Mackenzie (à esquerda) e o sargento John Troxell

O chefe do Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos, general Kenneth Mackenzie, duvidava que a Rússia pagasse recompensas aos combatentes do Talibã pelo assassinato de soldados estadunidenses no Afeganistão.

“Esses dados não me convenceram, eles não me convenceram tanto que eu iria a tribunal com eles. Tantas vezes acontece com informações do campo de batalha”, disse Mackenzie, chefe dos EUA no Oriente Médio em entrevista.

Ele também expressou dúvidas de que os pagamentos realmente levaram à morte dos militares dos EUA. “Achei essas informações muito perturbadoras, mas simplesmente não consegui encontrar relações de causa e efeito aqui”, disse o general. Segundo ele, o Talibã parou de atacar os estadunidenses após o acordo de paz.

Algumas autoridades apotam que informações sobre possíveis recompensas russas pelo assassinato de militares dos EUA foram incluídas em um briefing de inteligência do presidente Donald Trump no final de fevereiro. No entanto, a Casa Branca negou que Trump tenha sido informado sobre isso na época, alegando que as informações não eram consideradas confiáveis ​​o suficiente.

“Devemos sempre lembrar que os russos não são nossos amigos em geral e, em particular, no Afeganistão, e não nos desejam bem”. — Kenneth Mackenzie

Mackenzie observou que não vê nenhuma conexão confiável entre pagamentos e a morte de soldados estadunidenses, mas acrescentou que a inteligência nem sempre é inequívoca. Segundo Mackenzie, a Rússia é uma ameaça no Afeganistão há muitos anos, e numerosos relatórios falam do apoio russo ao Talibã.

O general observou que, independentemente do Talibã ter recebido assistência da Rússia ou não, ele era e continua sendo "uma séria ameaça ao sistema de defesa". “Durante vários anos, o Talibã fez de tudo para conduzir operações contra nós; portanto, na prática, nada mudou no campo em termos de proteção das tropas”, disse ele.

Mackenzie explicou que as tensões entre os EUA e a Rússia eram altas devido à derrota russa no Afeganistão durante a década de 1980. Portanto, a Rússia usará todas as oportunidades para "jogar areia nas engrenagens" e complicar a vida dos estadunidenses, acrescentou.

Moscou negou as alegações de envolvimento no assassinato de estadunidenses no Afeganistão. O porta-voz do Talibã, Zabiulla Mujahid, também considerou as declarações mentirosas.

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