5 de maio de 2021

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Em apresentação na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (5), os comandantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, afirmaram que os cortes no Orçamento deste ano podem prejudicar programas estratégicos. No veto à lei orçamentária de 2021, a Defesa perdeu R$ 1,842 bilhão em despesas discricionárias, quase 16% do total. O ministério também esteve entre as pastas com o maior volume de recursos contingenciados, atingindo mais R$ 1,3 bilhão que pode ser liberado depois ao longo deste ano.

Braga Netto observou que o gasto militar tem aumentado no mundo inteiro, enquanto o Brasil ocupa a 85ª posição mundial no orçamento de Defesa com relação ao PIB. "O mundo está se armando em busca de recursos naturais para garantir segurança alimentar e hídrica. O País, pela riqueza que possui, é alvo de cobiça", alertou. Ele agradeceu os deputados pelas emendas destinadas à Defesa.

O deputado Claudio Cajado (PP-BA) apontou para a possibilidade de o Congresso deliberar sobre os vetos e pediu a indicação de quais seriam os recursos suficientes para o setor. O líder do PSL, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou que a Câmara deve apoiar as Forças Armadas em seus programas orçamentários estratégicos. "O apoio às Forças Armadas permite o desenvolvimento da nossa base industrial de defesa, absorção de tecnologia e geração de empregos."

Aeronáutica

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Carlos de Almeida Baptista Junior, alertou para sérios problemas de fluxo de recursos no projeto do avião cargueiro KC-390. "A descontinuidade nos obriga a renegociações que não são desejáveis", lamentou. Baptista Junior lembrou que a aeronave tem sido usada no transporte de oxigênio líquido e vacinas contra Covid-19.

Baptista Junior também pediu garantias para continuar com o projeto Gripen para construção de caças em acordo com a empresa sueca Saab. "Qualquer soluço no fluxo de recursos coloca em risco o programa de transferência de tecnologia. Em qualquer descontinuidade de orçamento, as empresas e fornecedores começam a ter dificuldades sérias."

Outros projetos estratégicos da Aeronáutica são o sistema de radares do controle aéreo e o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese). "Temos de investir em satélites não somente para defesa e segurança das fronteiras, mas também para agricultura, planejamento urbano, comunicações e desenvolvimento industrial", explicou.

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