Estados Unidos • 26 de janeiro de 2015

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O secretário norte-americano da Defesa demissionário, Chuck Hagel, afirmou hoje (26) que será “muito difícil” para os Estados Unidos conseguir fechar a prisão de Guantánamo até ao fim do mandato do presidente Barack Obama. “Vai ser muito difícil, ainda mais se o Congresso norte-americano impuser novas restrições sobre as condições estabelecidas para libertar os 122 presos que ainda estão em Guantánamo, e sobre os países de acolhimento", indicou Hagel, em declarações à rádio pública NPR.

Nas mesmas declarações, Chuck Hagel, que apresentou a demissão da liderança do Pentágono (Departamento da Defesa) em novembro do ano passado, defendeu as decisões que adiaram o processo de libertação de alguns dos presos desta prisão militar norte-americana situada na ilha de Cuba. “Poderá ter existido uma desaceleração”, admitiu Hagel, acrescentando que tal situação tornou-o pouco popular entre algumas pessoas. “Mas, fui muito claro diante do presidente (…) e do Congresso: se a lei me deu uma responsabilidade, estou fazendo tudo o que posso [para cumprir], porque o povo norte-americano está contando com isso”, sublinhou.

A lei exige que o secretário de Defesa certifique-se de que a libertação de um preso não provocará uma ameaça significativa à segurança nacional. Hagel explicou que “nunca analisou um dossiê” antes que todas as agências envolvidas no processo alcançassem uma posição comum. O secretário da Defesa demissionário disse ainda que, em algumas situações, procurou garantias suplementares antes de autorizar a libertação e a transferência dos presos. Em alguns casos, foram enviadas missões aos possíveis países de acolhimento. Chuck Hagel será substituído no cargo por Ashton Carter, nomeado pelo presidente norte-americano em dezembro passado. Carter aguarda a confirmação do Senado para assumir o cargo.

Ao longo dos dois mandatos presidenciais, Barack Obama tem afirmado por diversas vezes o seu empenho no fechamento de Guantánamo. Na semana passada, no discurso anual do Estado da União, Obama reiterou a promessa. Quando Obama chegou à Casa Branca, em janeiro de 2009, a prisão de Guantánamo, que abriga suspeitos de terrorismo, tinha mais de 240 prisioneiros. As libertações mais recentes ocorreram este mês. No último dia 15, o Departamento de Defesa norte-americano anunciou que tinha transferido quatro presos para Omã e um para a Estônia. Guantánamo também esteve em destaque em janeiro, por causa da publicação de um livro do prisioneiro Mohamudou Oul Slahi, de 44 anos. O diário denuncia atos de tortura, técnicas de interrogatório, ameaças de morte e humilhações sexuais.

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