14 de julho de 2022

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Agência VOA

A atribuição recente por parte do presidente da república de uma verba de mais de mil milhões de cuanzas aos partidos políticos para suportar a campanha eleitoral, deixou irritado os estudantes filiados ao Movimento de Estudantes Angolanos que fez sair uma nota de indignação, pelo que consideram falta de interesse pelas questões de educação.

O MEA considera que a decisão demonstra que há todo o dinheiro possível para as propagandas dos partidos políticos e nunca há, para a qualidade que se pretende para o sector da educação.

Joaquim Lutambi, membro da direção do MEA acredita que tanto o executivo como o partido que o sustenta, bem como os partidos que almejam o poder têm pouco interesse pela qualidade da educação em Angola.

“Porquê que os parlamentares dos partidos na oposição não fazem o mesmo “barulho” em relação às baixas quotas que são atribuídas ao sector da educação no OGE?”, interrogou.

“Essa luta que fizeram de cartas dirigidas ao presidente quando o assunto é dinheiro para eles próprios, não fazem para a educação que só tem 6,5 porcento?”, voltou a questionar Joaquim Lutambi para quem “esse 1 bilião de cuanzas seria melhor empregue no sector da educação iria suprir várias necessidades como ausência de carteiras nas escolas, introdução de bibliotecas nas escolas”.

A reclamação dos estudantes é legítima, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Professores, SINPROF Guilherme Silva para quem “a educação sempre foi o parente pobre do país, porque eles pensam que tendo uma educação de qualidade a democracia seria exercida de outra maneira, teríamos mais indivíduos lúcidos e críticos e de difícil manipulação”.

“Tudo isso é premeditado se não como é que se entende que na nossa região existam países que atribuem nos seus orçamentos para a educação, dois dígitos de percentagem, e nós continuamos nos seis porcento apenas?”, interrogou Guilherme Silva para quem o país precisa “investir mais na educação e menos dinheiro para os discursos e questões políticas e partidárias porque as promessas não alimentam ninguém.”

Quem também apoia o protesto dos estudantes é outro sindicato, o dos professores universitários.

O coordenador para região Luanda Bengo Carlinhos Zassala entende que “os nossos governantes não se importam com o sector da educação aliás as suas atitudes mostram o contrário e a exemplo é só ver que Angola possui inúmeros cursos de formação de licenciados mas o mais alto mandatário da nação prefere levar a sua filha para ir fazer licenciatura no exterior do país.”

“Isto mostra que não têm qualquer consideração pelas licenciaturas que se fazem no país”, disse.

“Por isso penso que os estudantes têm toda a razão”, acrescentou.

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