23 de novembro de 2020

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Washington justifica saída com violações da Rússia

Os Estados Unidos retiraram-se formalmente neste domingo, 22, do tratado Céus Abertos, um acordo de controlo e verificação de armas que existe há 18 anos e que Washington repetidamente acusou Moscou de violar.

O Departamento de Estado dos EUA oficializou a decisão e o Conselho de Segurança Nacional confirmou a retirada numa nota em que reiterou que "a Rússia violou flagrantemente o tratado durante anos".

"A saída dos Estados Unidos entrou em vigor em 22 de novembro de 2020, e os EUA não são mais um Estado parte do tratado Céus Abertos", anunciou o Departamento de Estado.

O conselheiro de segurança nacional, Robert O'Brien, disse que a medida faz parte de um esforço para "colocar os Estados Unidos em primeiro lugar, retirando-nos de tratados e acordos desatualizados que beneficiaram os nossos adversários às custas da nossa segurança nacional".

Em 21 de maio, o secretário de Estado americano Mike Pompeo anunciou a intenção dos EUA de se retirar e notificou os demais 34 membros países signatários do acordo.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia condenou a decisão.

Assinado em 1992, o tratado, que entrou em vigor em 2002, permite aos 34 membros realizarem voos de observação e vigilância desarmados sobre os territórios dos demais países para recolher dados sobre as forças e actividades militares.

Mais de 1.500 voos foram realizados até agora.

Ao justificar a decisão em maio, o secretário de Estado Mike Pompeo revelou que as violações russas incluíam restrições aos voos próximos às regiões separatistas da Geórgia e limites à duração dos voos sobre o enclave russo de Kaliningrado.

Especialistas em controlo de armas disseram que, embora algumas das reclamações dos Estados Unidos tenham mérito, outras são enganosas.

Eles acrescentam que as agências militares e de inteligência dos EUA perderão uma importante fonte de informação ao se retiraram do acordo que é apoiado pela NATO.

“Os aliados da NATO apoiam o tratado - que se concentra principalmente em aumentar a segurança europeia - e desejam que os Estados Unidos continuem a fazer parta dele”, disse Steven Pifer, ex-embaixador e especialista em controlo de armas.

Desconhece-se, por agora, o posicionamento do Presidente projectado Joe Biden, após a posse dele em 20 de janeiro.

Fontes