29 de abril de 2022

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O governo de El Salvador, valendo-se dos poderes especiais concedidos pelo regime excepcional que vigora no país, disse que "o movimento sindical não marchará neste 1º de maio", pois qualquer participante das manifestações será considerado “criminoso e defensores de gangues.”

As polêmicas declarações foram feitas pelo ministro do Trabalho, Rolando Castro, e apoiadas pelo secretário jurídico da presidência, Conan Castro, durante entrevista coletiva televisionada na quinta-feira, onde alertaram que quem participar será preso.

Segundo o ministro, o “verdadeiro movimento sindical” comunicou à Administração do Presidente Nayib Bukele que não vai marchar no dia 1 de Maio, por “respeito ao regime excepcional” e que vão participar num evento especial convocado por Bukele.

“O movimento sindical afirmou que se reunirá apenas em um lugar… os demais grupos em defesa dos terroristas sairão para marchar”, foram as palavras de Castro durante o evento e publicado na conta oficial do Twitter.

Por sua vez, o secretário jurídico da presidência acrescentou que o governo tem o poder de prender quem se manifesta.

“Um estado de exceção é uma situação extraordinária em termos de suas aplicações legais”, acrescentou o secretário, que foi citado pela mídia local.

Além disso, citou em suas redes sociais que “as gangues torcem seus tentáculos, para que seus aliados saiam às ruas para defender sua causa neste 1º de maio, que é terror e desordem.”

O governo de El Salvador declarou “guerra” às quadrilhas que atuam em seu território, após o assassinato de 87 pessoas entre 25 e 27 de março, crimes que as autoridades relacionam com as ações desses grupos criminosos.

Segundo dados da polícia, mais de 20.000 membros de gangues foram detidos pela polícia ou pelo exército desde o início da ofensiva.

No seu último relatório, a Direcção dos Centros Penais afirmou que do total de reclusos nas prisões do país (cerca de 58.000), cerca de 36.000 são membros de "gangues", número que estima aumentar com novas condenações.

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