12 de setembro de 2020

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Agência VOA

O Governo afegão e os talibãs iniciaram neste sábado (12), negociações de paz em Doha, capital do Qatar.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que acompanha as discussões, mostrou-se cauteloso e fez um apelo aos talibãs para apostarem no melhor futuro para as novas gerações.

"Sem dúvida, enfrentaremos muitos desafios nas negociações nos próximos dias, semanas e meses. Lembrem-se de que estão a agir não apenas para esta geração de afegãos, mas também pelas gerações futuras, pelos vossos filhos e netos", declarou Pompeo, na abertura das negociações.

O chefe da diplomacia americana destacou que "os afegãos finalmente decidiram sentar-se juntos e traçar um novo rumo para seu país, e este é um momento para ousar ter esperança.

O principal negociador do Governo afegão e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Abdullah Abdullah, na sua primeira intervenção, apelou a "um cessar-fogo humanitário" e agradeceu aos talibãs pela sua "vontade de negociar".

"Temos que acabar com a violência e conseguir um cessar fogo o mais rápido possível", pediu Abdullah, que preside o Conselho para a Reconciliação Nacional.

Estado islâmico

Pelo seu lado, o negociador dos talibãs reiterou que o grupo defende "um sistema islâmico" rigoroso no Afeganistão e exigiu respeito pelas suas posições.

As reuniões têm lugar no hotel onde em fevereiro, os Estados Unidos e os Talibãs assinaram um acordo que previa uma retirada das tropas americanas e a organização do diálogo interafegão.

O início das conversações acontece um dia depois do 19o. aniversário do ataque às Torres Gémeas de Nova Iorque e ao Pentágono pelo grupo terrorista Al-Qaida, liderada por Osama bin Laden, e que deu origem à invasão do Afeganistão, após os talibãs recusarem entregar o líder.

O conflito afegão matou dezenas de milhares de pessoas, incluindo 2.400 soldados americanos, e forçou milhões a fugir das suas casas.

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