22 de setembro de 2020

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A imprensa e associações que combatem as fake news, como a Aos Fatos, chamaram a atenção para diversas inverdades ditas por Bolsonaro hoje em seu discurso na ONU – neste caso, para a ONU, já que devido a pandemia de Covid-19 a transmissão foi feita através de vídeo. Uma delas, por exemplo, foi dizer que seu governo concedeu um auxílio emergencial de quase 1.000 dólares para os mais afetados pela pandemia de Covid-19, o que é uma uma mentira grosseira, já que em valores atualizados pela Aos Fatos com a cotação do dólar de hoje de manhã, esta cifra chega a cerca de 771 reais, um número 29% inferior ao anunciado pelo presidente brasileiro.

Outras inverdades, que a Aos Fatos chamou de "insustentáveis", se referem à questão das queimadas na Amazônia e no Pantanal. Bolsonaro disse, por exemplo, que os incêndios acontecem porque o “caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência”. A Aos Fatos esclareceu em seu website, no entanto, que "ao menos no Pantanal, a suspeita da PF (Polícia Federal) até o momento é a de que as queimadas foram feitas de forma criminosa, a partir de fazendas, para abrir pastagens para a pecuária".

E mais: numa verdadeira teoria da conspiração, o presidente também acusou, sem provas, instituições internacionais e nacionais de estarem fazendo uma campanha contra ele e o país. "A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil", disse.

Ana Carla Bermúdez e Nathan Lopes, jornalistas do UOL Notícias, escreveram que "o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) distorceu fatos e mentiu em seu discurso", enquanto o Greenpeace Brasil divulgou um texto em seu website com o título "Mais um ano em que Bolsonaro envergonha o país na ONU", escrevendo depois que "em discurso previsível, o presidente brasileiro descreve um país fictício e minimiza as graves crises que o país enfrenta no meio ambiente e na saúde".

O discurso de hoje se soma a uma das tantas polêmicas recentes de Bolsonaro, como chamar a Covid-19 de "gripezinha"; incentivar o uso da cloroquina, medicamento sem comprovação científica contra Covid-19; proibir a divulgação geral dos dados da pandemia no Brasil; ameaçar bater em jornalistas, entre outras.

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