2 de fevereiro de 2021

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Os cientistas russos responsáveis pelo desenvolvimento da vacina Sputnik V, também chamada Gam-COVID-Vac, divulgaram hoje na revista científica The Lancet mais dados sobre o imunizante. Segundo eles, a eficácia geral da Sputnik é de 91,6% e de 100% para combater covid-19 moderada ou grave.

A divulgação vem meses após iniciarem as críticas, inclusive da OMS, devido à falta de dados sobre a vacina, que foi aprovada num plano de propaganda do governo Putin para ser "a primeira registrada no mundo" mesmo antes dos testes de fase 3 estarem perto da conclusão.

De acordo com o estudo divulgado na revista, a vacina foi testada em 19.966 voluntários - que receberam as duas doses previstas - sendo que destes mais de 2 mil eram idosos acima dos 60 anos de idade.

Atualmente, segundo o Our World In Data, a Sputnik V está sendo usada emergencialmente na Rússia, Argentina, Argélia e Sérvia.

O problema da falta de dados

A falta de dados e a constante não observância das fases de testes fizeram com que o porta-voz da Organização Mundial da Saúde Tarik Jasarevic dissesse, pouco antes da Argentina começar a vacinação emergencial no final de dezembro passado, que "a pré-qualificação de qualquer vacina inclui a revisão e avaliação rigorosa de todos os dados de segurança e eficácia exigidos. Não se pode usar uma vacina ou medicamentos sem passar por todas essas etapas, tendo cumprido todas essas etapas", numa clara crítica aos russos. Já a farmacêutica argentina Sandra Pitta, do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet), chegou a dizer: "não me vacinaria jamais porque não tenho informação. Tudo o que gira em torno da Sputnik V é muito pouco transparente. Não há dados. A biografia é escassa".

No Brasil, a falta de dados da fase 3 é um dos motivos para a União Química ainda não ter conseguido a liberação da Anvisa para a realização de testes no país.

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Fontes