19 de março de 2021

Email Facebook Twitter WhatsApp Telegram

 

O médico cardiologista Marcelo Queiroga, que foi anunciado como o novo chefe do Ministério da Saúde há menos de uma semana, já causou a indignação da classe científica e da imprensa. Além de afirmar que seguiria a estratégia do governo Bolsonaro na condução da pandemia, ele disse hoje que visitaria os hospitais para confirmar se as UTIs estavam mesmo lotadas.

Luiza Caires, jornalista e editora de Ciências do Jornal da USP, era uma das que estava indignada. Ela usou o Twitter para postar parte de uma matéria do também jornalista Lauro Jardim, intitulada "Queiroga pretende ir aos hospitais checar se as pessoas estão mesmo morrendo de Covid", e escreveu: "Inacreditável é termos chegado a este ponto. Sinto uma raiva tão grande que é capaz de me envenenar. Mas não vou dar esse gosto a eles não".

Falta de perspectivas

Amigo da família Bolsonaro e bolsonarista, Queiroga não parece inclinado a fazer pressão para a implantação de um novo programa de controle da covid-19 no Brasil diferente do coordenado pelo seu antecessor, o general - sem qualquer formação em áreas afins à Saúde - Eduardo Pazzuelo.

A Veja chegou a perguntar numa matéria no dia 16 de março se havia "um poste no Ministério da Saúde", afirmando que Queiroga provavelmente aceitaria um papel figurativo. "O presidente Jair Bolsonaro não quer um médico independente que aja em favor da ciência à frente do Ministério da Saúde. Esse fato foi comprovado inúmeras vezes e os exemplos são vários", reportou a publicação.

A indicação do médico, segundo a imprensa, se deu, justo, porque partidos do chamado Centrão, alguns apoiadores de Bolsonaro, queriam alguém da área da Saúde para liderar a pasta. No entanto, o nome preferido pelo Centrão, incluindo o do presidente da Câmara, Arthur Lira, era o da médica e professora da USP Ludhmila Hajjar, que depois de uma reunião com Bolsonaro no início desta semana disse que não aceitaria o cargo por pautar suas decisões na ciência e não concordar com as ideias do presidente.

Notícias Relacionadas

Fontes