Covid-19: imunidade entre os gaúchos é de 18%, aponta estudo; número está muito aquém para a chamada “imunidade de grupo”
4 de maio de 2021
Uma nova fase do estudo "Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Rio Grande do Sul" (Epicovid19-RS), realizado pela Universidade de Pelotas (UFPEL), apontou que 18,1% dos gaúchos têm anticorpos para o coronavírus Sars-Cov-2, o que significa cerca de 2 milhões de pessoas de uma população total de mais de 11 milhões.
Para a chegar a este dado, os pesquisadores realizaram 4,5 mil entrevistas e testes entre os dias 9 e 12 de abril em nove cidades do estado: Uruguaiana, Santa Maria, Ijuí, Canoas, Santa Cruz do Sul, Porto Alegre, Passo Fundo, Caxias do Sul e Pelotas.
Entre as cidades pesquisadas, a maior prevalência de pessoas que tiveram covid-19 está em Uruguaiana, que apresentou 20,8% de positivos entre os testados. Já Pelotas demonstrou ser a cidade com menor prevalência, com 16,4%.
Anticorpos vacinais
O estudo incluiu análises também sobre a cobertura vacinal entre os participantes da amostra. Do total dos 4,5 mil entrevistados, 26,1% já haviam recebido a primeira dose de vacina contra o coronavírus e 13,2% haviam recebido também a segunda dose.
Anticorpos por covid
O novo levantamento demonstrou, de forma geral, o agravamento da pandemia no estado - e Brasil - nos últimos meses. "No levantamento anterior, realizado entre 5 a 8 de fevereiro, esse número era de 1,13 milhão. Os resultados mostram que a prevalência de infecção pela Covid-19 aumentou de 10% para 18,1% entre as duas últimas fases de coletas de dados da pesquisa", diz o texto divulgado.
O Epicovid19
O Epicovid19 foi realizado em dez fases com os objetivos de estimar o percentual de gaúchos infectados pela Covid-19, avaliar a velocidade de expansão da infecção e fornecer indicadores precisos para subsidiar políticas de enfrentamento da pandemia, sendo que a primeira rodada de coleta de dados aconteceu ainda no início de abril de 2020.
Além da UFPEL, o Governo do Estado Rio Grande do Sul também participou da coordenação da pesquisa, que também teve apoio de doze universidades públicas e privadas.
Imunidade de grupo
A imunidade de grupo - ou de rebanho - ocorre quando uma grande parte de uma população adquire imunidade contra uma doença, por vacinação ou por infecções causadas pelo patógeno. "A imunidade do rebanho contra covid-19 deve ser alcançada protegendo as pessoas por meio da vacinação", alertou a OMS em final de 2020. A Organização ainda aponta que "a porcentagem de pessoas que precisam estar imunes para obter imunidade coletiva varia com cada doença. Por exemplo, a imunidade coletiva contra o sarampo exige que cerca de 95% da população seja vacinada. Os 5% restantes serão protegidos pelo fato de que o sarampo não se espalhará entre os vacinados. Para a poliomielite, o limite é de cerca de 80%".
Sobre a imunidade de grupo para a covid-19, a OMS não cita uma cifra, anunciando, no entanto, que "as tentativas de alcançar a 'imunidade de rebanho' por meio da exposição de pessoas a um vírus são cientificamente problemáticas e antiéticas".
Especialistas diversos estimam que a imunidade de grupo para covid-19 deverá estar entre 70 e 80%.
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Fontes
- A "imunidade de rebanho" é eficaz no combate ao coronavírus?, Governo de MG, [202-].
- Coronavirus disease (COVID-19): Herd immunity, lockdowns and COVID-19, OMS -WHO, 31 de dezembro de 2020.
- Covid-19: Brasil deve atingir imunidade de rebanho só em 2022, IG, 10 de março de 2021.
- Uma em cada 5,5 pessoas tem anticorpos para o coronavírus no RS, aponta estudo, Governo do RS, 29 de abril de 2021.
- Cerca de uma a cada cinco pessoas possui anticorpos para o coronavírus no RS, aponta estudo, Coordenação de Comunicação Social - UFPEL, 29 de abril de 2021.
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