20 de março de 2021

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, enviou ontem (19) à vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, um pedido de autorização especial para que o Brasil compre vacinas contra a covid-19 do estoque americano. Harris é também a presidente do Senado dos Estados Unidos, pois, no sistema americano, os dois cargos se acumulam.

No documento, Pacheco declara o interesse do Brasil em adquirir doses de vacina estocadas pelos Estados Unidos e ainda sem a previsão de uso local. Não há uma estimativa de número de doses a serem transferidas. Ele ressalta que o gesto "aprofundaria os laços de cooperação" entre os dois países e teria repercussões positivas internacionalmente, uma vez que o Brasil é, hoje, o "epicentro" da pandemia.

"Toda a comunidade internacional ganharia, em segurança sanitária e estima moral, com iniciativa de tamanha relevância e grandeza", afirma.

A mensagem também estende a oportunidade para que o Congresso e o governo dos EU sugira outras iniciativas na área da saúde e do combate à pandemia ao Brasil.

Em seu Twitter, Pacheco reproduziu um trecho da mensagem: "Esse compartilhamento de estoques, caso autorizado, daria impulso decisivo ao esforço de imunização dos 210 milhões de brasileiros".

Os Estados Unidos deverão ceder cerca de 4 milhões de doses da vacina de Oxford-AstraZeneca, ainda não liberada para uso no país, a seus vizinhos mais próximos, o Canadá e o México.

Governo Federal inerte

O Governo Federal mais uma vez se manteve inerte frente à possibilidade de adquirir as vacinas e adotar uma ação a mais no combate a pandemia no Brasil, como tem feito desde o início do problema, com o presidente Jair Bolsonaro, como última polêmica, colocando em dúvida a lotação de leitos e UTIs no país todo.

Bolsonaro, no ano passado, também deixou de comprar doses da vacina da Pfizer, cuja primeiro lote já teria sido entregue, ao afirmar que o contrato tinha regras "draconianas". “Na Pfizer, está bem claro no contrato: 'nós não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral'. Se você virar um jacaré, é problema de você. Não vou falar outro bicho aqui para não falar besteira. Se você virar o super-homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou um homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso”, disse no dia 17 de dezembro passado.

Dias antes, em 15 de dezembro, ele também havia dito: “Eu não vou tomar vacina. E ponto final”.

Fontes