1 de abril de 2021

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Sob o título "crise crescente do Brasil está afetando cada vez mais os jovens", o BMJ (British Medical Journal - Jornal Britânico de Medicina) divulgou um texto sobre a gravidade da pandemia da covid-19 no Brasil, que ontem bateu um novo recorde de mortes, com 3.869 fatalidades, adicionando que o país "continua batendo recordes por todos os motivos errados".

No início do texto, uma das referências é a crise política no governo Bolsonaro, com a troca de 6 ministros e a demissão dos três chefes das Forças Armadas esta semana, no que o Jornal chamou de "enxurrada de renúncias do alto nível". Indo além, a publicação se refere à pandemia no Brasil como "as desgraças do presidente Jair Bolsonaro", uma vez que "os críticos responsabilizam Bolsonaro pela sombria contagem de mortes de covid-19 no país, já que ele minimizou a ameaça do vírus e se recusou a implementar medidas mais rígidas para retardar sua disseminação".

O texto também alerta para o fato de cada vez mais jovens serem vítimas do vírus no Brasil.

Mais jovens infectados

O Jornal analisou diversos novos estudos que analisam as taxas de infecção e mortalidade no Brasil, como um da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que aponta que os casos de entre pessoas na faixa dos 30, 40 e 50 anos aumentaram 565%, 626% e 525%, respectivamente, desde o início de janeiro.

“A população mais jovem, seja por estar cansada do confinamento, seja pela necessidade de trabalho presencial, está mais exposta do que a população mais velha”, disse Raphael Guimarães, epidemiologista da Fiocruz.

Mais jovens morrendo

Estudos iniciais indicavam que a variante brasileira (ou de Manaus ou do Amazonas), a P.1, era de 1,4 a 2,2 vezes mais transmissível do que as variantes que circulavam no país antes, mas novas análises sugerem agora que ela é também mais letal, mesmo entre os jovens.

"O aumento [das mortes] é maior nas regiões onde P.1 é mais prevalente, sugerindo que não só é mais transmissível, mas também mais letal", divulgou o Jornal.

O BMJ citou dados da Associação Brasileira de Medicina Intensiva, que indicaram que o número de pessoas de 18-45 anos que necessitam de cuidados intensivos para covid-19 de fevereiro a março deste ano foi três vezes maior do que em setembro a novembro de 2020 e que os óbitos nesta faixa etária quase dobraram de lá para cá.

Já em Manaus, especificamente, a comparação entre as taxas de letalidade na primeira onda, de abril a maio de 2020, com a segunda onda, em janeiro passado, mostrou que as mortes entre pessoas de 20 a 39 anos foram 2,7 vezes maiores na segunda onda, enquanto na população em geral foi apenas 1,15 vezes maior.

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