30 de março de 2021

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Um dia após a troca de seis ministros, inclusive o da Defesa, que não estava agradando ao presidente Jair Bolsonaro, que pleiteava mais apoio público dos militares, os três comandantes das Forças Armadas pediram demissão hoje.

O anúncio da saída de Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica) foi feito pelo ministério da Defesa esta tarde.

Carla Jimenez, jornalista o El País, escreveu em seu Twitter: "por ora, Bolsonaro acabou forçando uma divisão que havia dentro da instituição. Saem os generais que se opõem a seu estilo antidemocrático, ficam os generais bolsonaristas que atuam na máquina pública. Braga Netto vai mostrar o quanto está disposto a apoiar os arroubos golpistas".

Tentativa de golpe para evitar impeachment?

A exata dimensão das trocas feitas Bolsonaro ontem e a tentativa de interferência nas Forças Armadas levantam suspeitas e alarmam a imprensa, políticos, autoridades e lideranças nacionais diversas. A senadora Kátia Abreu, apoiadora do presidente, expressou em seu Twitter: "seria prudente que o ministro da defesa Gen. Braga Neto se pronunciasse para tranquilizar a nação quando da impossibilidade de intervenção militar. Tenho convicção da forte democracia que construímos. As Forças Armadas fazem parte do Estado brasileiro e têm a confiança de todos nós".

Já o vice-presidente Hamilton Mourão tentou dar um clima de tranquilidade à situação e disse que "pode botar quem quiser, não tem ruptura institucional. As Forças Armadas vão se pautar pela legalidade, sempre”.

Com o agravamento da pandemia de covid-19 de janeiro para cá, com o país batendo recordes de mortes e novos casos quase que diariamente, o governo Bolsonaro acabou entrando em atrito com parte de sua base de apoio, o Centrão, que exigia mudanças como a troca do ministro da Saúde, o que efetivamente aconteceu há duas semanas, quando o general Eduardo Pazuello, sem qualquer formação na área da saúde, deu lugar ao médico Marcelo Queiroga.

Segundo analistas, Bolsonaro nunca esteve tão perto de sofrer um impeachment quanto nas últimas semanas, tendo o presidente da Câmara, Arthur Lira, dito na semana passada que o Congresso poderia usar um "remédio fatal" para resolver a crise da covid no Brasil.

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