19 de fevereiro de 2022

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Pela segunda vez após flexibilizar as medidas restritivas para conter o alastramento do Sars-Cov-2, a Dinamarca registrou o agravamento da pandemia de covid-19. A nova onda veio com um novo recorde de mortes: no dia 17 passado, o país voltou a registrar 44 mortes, o mesmo número de seu recorde anterior, de 14 de janeiro de 2021. Ontem, 18, outras novas 43 mortes também foram reportadas (veja tabela aqui).

Os casos diários também voltaram a atingir um platô a partir de meados de janeiro passado, com direito a mais de 50 mil casos diários pela primeira vez 28/01, 02/02 e 09/02 (veja tabela aqui). O aumento de casos se deve, em grande parte, a maior transmissibilidade da variante Ômicron, que fez com que as contaminações disparassem em todo mundo, e começou em dezembro, em progressiva escalada.

A medidas de contenção foram abolidas pela segunda vez no início de fevereiro e atualmente a única recomendação é que quem testar positivo fique em autoisolamento. As autoridades justificam a flexibilização com o alta cobertura vacinal contra a covid-19: mais de 80% dos dinamarqueses estão completamente imunizados contra a doença.

A polêmica volta à normalidade

A “volta à vida normal”, decretada não só na Dinamarca, mas em outros países, principalmente da Europa, tem sido criticada por alguns especialistas, inclusive da OMS. No dia 16 passado, um dia antes dos novos recordes de óbitos, o jornal dinamarquês The Copenhagen Post defendeu a flexibilização, criticando o epidemiologista Eric Feigl-Ding, de Harvard, que havia escrito em seu Twitter que a Dinamarca registrava um aumento exponencial de mortes e que as autoridades do país só poderiam ter perdido a consciência para levantar as medidas restritivas.

Ontem, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, também voltou a dizer que a pandemia não acabou. "Não quando 70 mil pessoas por semana estão morrendo", fez questão de enfatizar. Com Tedros concordam os médicos Mike Ryan e Maria Van Kerkhove, também da OMS, que ontem falaram durante uma entrevista que é preocupante que países removam as medidas de contenção, depois voltem atrás, para depois flexibilizá-las de novo. "Fico nervoso", disse Ryan, enfatizando que há altas pressões políticas em algumas situações para que haja uma “volta à vida normal” (assista aqui).

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Fontes