17 de outubro de 2022

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A violência desencadeada por gangues no Haiti, o recente surto de cólera e a instabilidade social no país levaram a uma reunião especial na segunda-feira com o objetivo de o Conselho de Segurança da ONU pedir uma ação urgente para a ilha caribenha.

“Os membros deste conselho precisam agir de forma decisiva para ajudar a enfrentar o flagelo persistente da insegurança e corrupção no Haiti”, disse Helen la Lime, representante especial para o Haiti do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, apresentando seu relatório.

A sessão da tarde do Conselho apoiou um apelo de Guterres no início do dia para uma ação forte para desvendar a complexa situação no Haiti.

"Nas circunstâncias atuais, precisamos de uma ação armada para liberar o porto e permitir o estabelecimento de um corredor humanitário", disse Guterres a repórteres na segunda-feira sobre seu recente pedido de intervenção de uma força internacional na ilha caribenha.

Desde setembro passado, grupos criminosos tomaram conta do principal porto da capital Port-au-Prince, após anúncios do governo de Ariel Henry para aumentar os preços dos combustíveis, o que gerou protestos furiosos e confrontos entre a sociedade civil e as forças governamentais, e que se juntou a um surto de cólera.

EUA e México para mais apoio

Os representantes dos Estados Unidos e do México anunciaram os projetos de resolução que estão preparando para dar maior apoio à polícia haitiana, bem como identificar os responsáveis ​​pela violência e seus cúmplices.

As resoluções dos EUA e do México contemplam a imposição de sanções aos líderes das quadrilhas, que cometem sequestros e ataques recentes a funcionários.

"Se houve um momento em que havia necessidade de ajudar os haitianos, esse momento chegou", disse a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, em seu discurso.

O representante mexicano, Juan Ramón de la Fuente, ficou encarregado de especificar qual deveria ser o caminho no caso de uma intervenção humanitária iminente: “não se trata de sancionar o governo do Haiti, mas contra aqueles que ameaçam a governança”.

As ações do Conselho estão relacionadas ao pedido de ajuda humanitária feito pelo primeiro-ministro Henry em 8 de outubro e à resposta pública feita pelo secretário Guterres no dia seguinte.

A sessão contou com a presença de representantes do Brasil, Irlanda, Reino Unido e Rússia, entre outros.

O chanceler haitiano, Jean Victor Geneus, disse que a situação chegou ao ponto em que os hospitais fecham suas portas, não há água potável, o transporte público foi reduzido ao mínimo e a distribuição de alimentos se torna mais difícil a cada dia.

Em suas declarações, Guterres explicou que a força militar necessária é "em apoio à polícia haitiana" e observou que isso deve ser feito "com base em critérios humanitários rígidos, independentemente da dimensão política do problema que os próprios haitianos devem resolver."

Fontes