América do Sul • 10 de março de 2005

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A maioria do Congresso Nacional da Bolívia não aceitou a renúncia do Presidente Carlos Mesa e solicitou a permanência dele no cargo. Os únicos membros do congresso que não aprovaram essa decisão são os membros dos partidos Movimiento Al Socialism (MAS) e Movimento Indígena Pachakuti.

Mesa oficialmente renunciou no último domingo, 6 de março. Ele explicou que é impossível governar enquanto estiver sendo ameaçado por bloqueios, ultimatos e greves. Ele disse que algumas personalidades políticas, lideranças regionais e sindicais estão pondo o país em risco.

A renúncia de Mesa foi influenciada pelas pressões exercidas por Evo Morales, o líder dos plantadores de coca (cocaleros) e do partido MAS. Morales já provocou em outubro de 2003, a renúncia do então Presidente Gonzalo Sánchez de Lozada .

O MAS se opões aos esforços do governo boliviano em erradicar a coca. A coca é uma antiga tradição indígena. A planta é usada para fazer chá, como remédio e é consumida em eventos sociais. O cultivo é uma fonte de recursos financeiros para a Bolívia. A Bolívia é considerada o terceiro maior produtor mundial de coca, atrás de Colômbia e Peru.

Entretanto, a coca é também usada para produzir cocaína. Produtos derivados da coca costumam ser exportados para cartéis na Argentina, Brasil, Chile, União Européia e Estados Unidos da América, segundo informações fornecidas por traficantes presos.

O MAS pressiona o governo para que a Lei dos Hicrocarbonetos seja aprovada. A lei pretende aumentar as taxas sobre hidrocarbonetos como por exemplo gás natural. Mesa disse que essa lei, da forma como está colocada, é inviável.

Mesa tem o apoio de parte da população boliviana. Segundo os analistas Carlos Valverde e Jorge Lazarte, Morales perdeu credibilidade com a crise.

Na opinião de Morales, sua imagem não está deteriorada. Ele diz que o povo boliviano continuará a apoiá-lo. Ele também acusa Mesa de tentar favorecer os interesses das companhias petrolíferas, em detrimento dos da Bolívia. Ele afirma que continuará a organizar protestos contra o governo.

Sindicatos e grupos indígenas continuam o bloqueio de estradas na Bolívia.

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Fontes