28 de abril de 2020

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Imagem meramente ilustrativa

O Ministério da Saúde atualizou há pouco os números relativos à pandemia de Covid-19 no Brasil, anunciando que até a data de hoje 5.017 pessoas morreram devido à doença e que 71.886 foram infectadas no Brasil. O número de óbitos teve um expressivo aumento de ontem para hoje, com 474 mortes sendo registradas nas últimas 24 horas, o maior número de casos fatais anunciados num único dia no país.

Os dados também mostram a progressão geométrica dos casos, que praticamente dobram a cada semana. Na terça passada (21) a cifra de casos fatais era de 2.741 mortes e segundo esta progressão, é possível que até terça da semana que vem os óbitos cheguem a cerca de 10 mil em todo Brasil. Além desta tendência, já comprovada, há também outra: o estado de SP deve continuar liderando o ranking de fatalidades, respondendo sozinho por cerca de 40 % dos óbitos. Hoje, o estado tem 2.049 mortes do total das 5.017 registradas.

Se estes dados assustam, para cientistas e para a imprensa eles tendem a ser ainda piores devido às subnotificações. Segundo o jornal O Globo, “em meados de abril, quando os números oficiais apontavam 20.727 casos, o portal Covid-19 Brasil, que reúne a USP e a UnB, entre outros centros de pesquisa, estimou que o total de infectados era de 313.288, 15 vezes maior do que o anunciado”. Já segundo a BBC, no dia 22 de abril Manaus “registrou 120 sepultamentos, o quádruplo da média diária de 30 enterros registrados antes da pandemia”. Segundo a publicação também, neste mesmo dia a Secretaria de Saúde do AM havia registrado oficialmente apenas sete mortes por Covid, que, somadas às 30 diárias, faziam com que “restariam mais de 80 cadáveres que fogem ao padrão registrado na cidade”.

Já o Estadão reportou no dia 20 de abril que em São Paulo os coveiros enterravam pessoas que haviam morrido de pneumonia, sem, no entanto, terem feito testes específicos para Covid-19. O mesmo jornal já havia reportado uma semana antes que “as mortes registradas como insuficiência respiratória e pneumonia no Brasil foram 2.239 a mais em março de 2020, em comparação com março de 2019”.

O “Observatório COVID-19 BR” da USP estima, por exemplo, que os números podem ser de quatro a cinco vezes maiores que os divulgados pelo MS. “No dia 23 de março, dia de publicação dessa reportagem, o Brasil tinha 1.546 casos, 25 mortes (dados divulgados pelo Ministério da Saúde às 16 horas do dia 22). O site do Observatório COVID-19 prevê que, no dia 27 de março, o Brasil terá entre 6.321 e 8.348 casos. Os cientistas trabalham com um intervalo de cinco dias. ‘A lógica funciona assim: se as coisas continuarem do jeito que estão, daqui a cinco dias a situação será essa’”, reportava o Observatório.

Também em março, no dia 25, a UNB havia emitido uma nota técnica afirmando que a “London School of Hygiene & Tropical Medicine, na Inglaterra, estima que os casos notificados no Brasil representam aproximadamente apenas 11% do total”. Na nota se estimava também que “nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília o vírus pode estar se propagando muito mais rapidamente”.

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