COVID-19: associações médicas brasileiras recomendam não utilizar hidroxicloroquina ou cloroquina de rotina no tratamento
19 de maio de 2020
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia emitiram ontem uma nota conjunta chamada "Diretrizes para o Tratamento Farmacológico da COVID-19", na qual enfatizam que são contra o "uso de rotina" da hidroxicloroquina ou cloroquina, mesmo associada à azitromicina, porque o risco de efeitos colaterais é "muito importante", ao passo que os benefícios e as evidências de eficácia são "muito baixas".
Ao mesmo tempo, as associações disseram ser "a favor " do uso dos medicamentos oseltamivir e heparina, além de antibacterianos, apesar de julgarem que as evidências de que sejam eficazes seja também "muito baixas".
Na nota, foram citados ao menos 10 medicamentos, todos eles avaliados como eficácia "muito baixa".
A cloroquina
Usada para tratamento de artrite e malária, a hidroxicloroquina e a cloroquina estão há semanas no centro de uma polêmica após o presidente americano Donald Trump e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro incentivarem seu uso. Trump afirmou ainda ontem que toma o medicamento preventivamente, enquanto Bolsonaro disse na semana passada que o protocolo para o uso no Brasil iria mudar, o que foi um dos motivos do pedido de demissão do ministro da Saúde Nelson Teich.
Não há, mesmo em pesquisas conduzidas, evidência da eficácia das substâncias, que podem levar o paciente à morte em doses erradas.
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Fontes
- Doses altas de cloroquina não são indicadas pelo estudo CloroCovid-19, Fiocruz, 20 de abril de 2020.
- DIRETRIZES PARA O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA COVID-19, SBI, 18 de maio de 2020.
- Diretrizes para o Tratamento Farmacológico da COVID-19 (PDF), SBI, 18 de maio de 2020.
- Coronavírus: o que dizem os estudos publicados sobre cloroquina, defendida por Bolsonaro e Trump, BBC, 19 de maio de 2020.
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