1 de setembro de 2020

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O presidente Jair Bolsonaro se envolveu numa nova polêmica hoje ao dizer que "ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina" [contra a Covid-19].

A fala do mandatário foi questionada, já que segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) a vacinação de crianças é obrigatória no Brasil, e criticada por internautas, que com mais 13,6 mil postagens a respeito do assunto, colocaram o termo "Revolta da Vacina" nos topic trends do Twitter no início desta noite.

"A frase foi repetida em postagem da Secretaria de Comunicação da Presidência. Jornalistas e especialistas em direito, contudo, apontam que a legislação brasileira prevê, sim, a possibilidade de vacina obrigatória – e isso inclui a Lei 13.979/20 sancionada por Bolsonaro", enfatizou o próprio Twitter em seu Evento de Destaque.

Do lado dos que apoiavam a fala do presidente, um internauta twittou que a vacina de Oxford tinha "pedaços de bebês abortados", o que é o tipo de notícia falsa (fake news) que tem prejudicado a vacinação no Brasil - e no mundo. O Estadão escreveu em setembro de 2019 que, segundo a epidemiologista franco-americana Laurence Cibrelus da (OMS), as fake news estariam influenciando a meta de vacinação no Brasil a ponto do índice ideal de vacinação ter caído de 80% para apenas 55%.

Atualmente, há quatro (04) vacinas sendo testadas no Brasil e o Governo Federal anunciou semanas atrás o investimento de 1,9 bilhões de reais em seu desenvolvimento.

O movimento antivacina

Movimentos antivacina sempre existiram, mas a polêmica cresceu nos anos 1990, quando o médico britânico Andrew Wakefield publicou um estudo apontando uma possível relação entre a vacina tríplice viral e o desenvolvimento de autismo - o que jamais foi comprovado, sendo que a organização brasileira Autismo e Realidade cita apenas "a herança genética passada de pais para filhos" e "evidências de que fatores ambientais que impactam o feto, como estresse, infecções, exposição a substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos" possam estar ligados ao aparecimento da condição.

Os simpáticos à ideia argumentam que a vacinação pode trazer outros problemas para a saúde e que sua obrigatoriedade não respeita a individualidade e a liberdade dos pais ou infringe princípios religiosos.

Leia o texto da organização Autismo e Realidade: O que é o autismo?

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Fontes