5 de setembro de 2020

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Agência VOA

O acadêmico Brazão Mazula, antigo reitor da Universidade Eduardo Mondlane e primeiro presidente da Comissão Nacional de Eleições, comparou os intriguistas e fofoqueiros, que pululam nas redes sociais em Moçambique, aos esquadrões da morte que assassinam cidadãos que pensam diferente.

"No nosso país, há pessoas que se especializam em intrigas e fofocas, geralmente são incompetentes nas suas profissões ou sem profissão alguma (...) para singrar na vida, na primeira oportunidade que tem para falar com o chefe, fala mal do colega ou da pessoa alvo, mancham a sua imagem e dignidade" disse Mazula.

Falando num evento alusivo aos 30 anos da democracia em Moçambique, Mazula comparou os intriguistas aos esquadrões da morte, que silenciam quem pensa diferente.

"Os esquadrões da morte matam com uma pistola ou AKM. Os intriguistas e fofoqueiros, que são maliciosos e vingativos, matam com a língua...", disse.

Mazula realçou que "os fofoqueiros" minam a democracia e a liberdade de expressão.

Risco de legislação restritiva

A crítica de Mazula surge semanas depois de dois analistas políticos terem recorrido ao Facebook para acusar o bispo de Pemba de ser apoiante dos insurgentes que atua em Cabo Delgado.

Por seu turno, o jurista e jornalista Tomás Vieira Mário diz que "há um problema de ética no uso das plataformas - creio que é preciso alguma educação sobre o uso destas redes, porque as pessoas entendem que por terem acesso fácil podem dizer o que entendem e não diriam, se, por exemplo, estivessem a falar para um media tradicional como rádio ou jornal".

"O risco disso é provocarmos legislações restritivas, ou seja, se nós cidadãos usarmos mal essas plataformas podemos instigar o governo a colocar leis restritivas e isso nós não queremos", disse Vieira Mário.

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