10 de junho de 2020

Leopoldo II
Monumento a Leopoldo II em Arlon, na Bélgica
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Na terça-feira, o prefeito da cidade de Antuérpia, Koen Palinckx, tomou a decisão de retirar a estátua do ex-rei dos belgas, Leopoldo II. O município planejava remover a estátua da praça em 2023 para reforma, mas a situação atual acelerou o processo. De fato, a estátua foi gravemente danificada após várias manifestações em todo o país contra o racismo e em homenagem a George Floyd.

A estátua que foi colocada em 1873 para comemorar a visita do rei à praça foi alvo de muitas degradações ao longo do tempo. Em todo o país, muitas estátuas foram degradadas e cobertas com tintas vermelha.

Leopoldo foi o segundo rei dos belgas; ele reinou de 1865 a 1909. Seu reinado é caracterizado por muitas reformas e desenvolvimento econômico significativo, mas permanece hoje nas memórias como sendo o período de colonização do Congo. A Bélgica colonizou o Congo de 1885 a 1960 e estabeleceu trabalho forçado para exploração da borracha. O regime foi extremamente brutal e repressivo, com quase 10 milhões de pessoas mortas.

Ainda hoje, o passado colonial da Bélgica dificilmente é ensinado na escola. E não é incomum encontrar na Bélgica muitas estátuas de Leopoldo II ou nomes de ruas que lembram o período colonial e destacam sua "missão civilizadora". No total, existem mais de 440 evocações do passado colonial em todo o país.

Várias petições estão circulando para exigir a remoção de estátuas de Leopoldo II. É o caso de Arlon, na região da Valônia, que recebeu 300 assinaturas em 24 horas, ou em Bruxelas, onde a petição excedeu 65 mil signatários. Bruxelas anunciou que placas informando o contexto da época serão adicionados a esses monumentos coloniais.

A data escolhida para a petição não é trivial: 30 de junho; dia do 60º aniversário da independência da República Democrática do Congo.

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Fontes