Brasil • 26 de dezembro de 2014

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A venda de varejo em shopping center cresceu 3% neste final de ano, de acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). Segundo os dados apurados em 150 empresas de varejo associadas à entidade, quando consideradas a mesma quantidade de lojas do ano passado, o resultado foi negativo ou estável com relação a 2014. A pesquisa abrange 7.500 lojas distribuídas em todo o país. “Um dos motivos para o crescimento das vendas foi o aumento do número de shoppings no país. As projeções eram de crescimento de 4,5% para o Natal, mas chegamos só a 3%. Se desconsiderarmos as lojas novas, não crescemos nada”, disse o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun.

Segundo ele, as vendas em 2014 foram afetadas pela dificuldade de obtenção de crédito, principalmente para as camadas de menor poder aquisitivo, pelo aumento dos juros, a elevação do dólar que gerou aumento de preços em vários segmentos do varejo, a alta da inflação que gerou menos propensão para as compras, insegurança em relação às medidas econômicas que serão tomadas no próximo ano, carga tributária elevada e redução de incentivos do Imposto sobre Produtos Industrializados, além de compras feitas no exterior de produtos de menor preço do que no mercado interno.

Os dados da Alshop, mostram que o segmento de perfumaria e cosmético foi o que teve melhor desempenho no Natal de 2014, com vendas reais 10% maiores do que em 2014. O ramo de óculos, bijuterias e assessórios teve crescimento de 9% ante o mesmo período de 2013. O vestuário registrou elevação de 8,5% nas vendas na comparação com o Natal do ano passado. O setor calçadista teve vendas 9,5% maiores.

Ainda de acordo com a avaliação, para o setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos ocorreu uma queda de 2%. As lojas de brinquedos venderam 9,5% a mais no Natal deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Jóias e relógios cresceram 8%, segundo os dados. Móveis e artigos para o lar apresentou aumento de 7,5%.

“O ano não foi bom para os shoppings centers porque a Copa do Mundo resultou em menos dias de trabalho e faturamento. Os rolezinhos também fecharam alguns shoppings e a expectativa das eleições também foi prejudicial para as vendas”, analisou Sahyoun. Segundo o balanço da Alshop, os lojistas de shopping admitiram, no final de 2014, 138 mil funcionários, o que corresponde a um aumento de 2,2% sobre os contratos temporários do Natal de 2013.

O comércio eletrônico deve movimentar R$ 3,85 bilhões para o setor, o que representa crescimento de 25%, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a Alshop, a previsão é de que entre o dia 15 de novembro e 24 de dezembro, tenham sido feitos 10,3 milhões de pedidos pela internet.

Para 2015 as perspectivas não são boas, de acordo com o presidente da Alshop. “O faturamento com relação a este ano, será de até 2% considerando os 29 shoppings que serão inaugurados, expansões em shoppings já existentes, supermercados e lojas em aeroportos. É muito mais crescimento em lojas do que em faturamento”. Ele destacou que há previsão de que pelo menos 7 mil postos de trabalho serão eliminados em janeiro, em função do aumento do Imposto Predial Territorial Urbano decretado pela Prefeitura de São Paulo. “O empresário vai entrar em um ano complicado. Será preciso demitir porque o movimento não tem sido bom”.

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