21 de julho de 2024

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Após a tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump na Pensilvânia, em 13 de julho, diversas informações erradas e teorias conspiratórias relacionadas ao evento circularam nas redes sociais. Muitos destes conteúdos falsos ou enganosos estão relacionados com imagens manipuladas do acontecimento, outras do alegado agressor e ainda outras sobre os motivos, isto sem deixar de lado as teorias que indicam que se trataria de uma montagem ou encenação.

Um relatório do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH) publicado em 17 de julho documentou que conspirações em torno da tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump foram vistas mais de 215 milhões de vezes no X e 95% das postagens não incluem uma "verificação do fato".

A análise compilou as palavras-chave em inglês “staged”, “false flag” e “deep state” numa amostra

Imran Ahmed, diretor executivo da CCDH, considerou que muitas das plataformas foram reduzidas a um “mercado de mentiras” onde o conteúdo extremo é a sua “moeda”. “Os algoritmos pegam no conteúdo mais bizarro e amplificam-no exponencialmente até que todo o mundo digital seja inundado com conspirações, desinformação e ódio”, explicou numa parte da sua análise.

Sobre a desinformação, Mike Rothschild, jornalista e especialista em teoria da conspiração, explicou numa análise escrita que “as redes sociais e a velocidade com que a informação viaja exacerbaram agora esta necessidade de inventar uma história quando esta não está disponível, mas sempre fez parte de nós."

Diante disso, o VOA Verifica fez uma compilação de algumas dessas desinformações que foram analisadas esta semana e de outras teorias da conspiração que continuam circulando nas redes sociais e na web.

Ataque falso ou orquestrado

Teorias da conspiração circularam nas redes sociais alegando que o ataque ao ex-presidente Donald Trump era falso. Porém, segundo o FBI , a investigação continua e até o momento classificou como tentativa de homicídio.

Uma das publicações aponta: “esse vídeo foi o que me confirmou que tudo isso foi orquestrado. Uma tentativa de gerar histeria e ganhar a simpatia e o apoio do público. “Eles estão jogando sujo nesta temporada eleitoral". No entanto, a publicação apenas anexa um vídeo de 12 segundos do evento sem provas claras de que foi “encenado” e só é observado quando agentes do Serviço Secreto dos EUA cobrem Trump.

Envolvimento judaico e de oponentes políticos

De acordo com a investigação da CCDH, foram detectadas cinco outras publicações com mais de 8,8 milhões de visualizações que promoviam falsamente o envolvimento judaico [no contexto da atual guerra na Faixa de Gaza] na tentativa de assassinato. O Factchequeado detectou também teorias conspiratórias relacionadas com o facto de o ataque ter sido orquestrado pelo “estado profundo”, alegadas figuras que gerem “cordões de poder”, bem como aquelas que indicam que o presidente Joe Biden deu a ordem para o ataque, mas foi é algo do qual não há evidências.

A identidade do criminoso

Momentos depois do ataque, circularam várias fotografias no X apontando identidades e fotos do responsável pela tentativa de assassinato do ex-presidente, mas muitas eram falsas.

Envolvimento do Serviço Secreto

No fórum online anônimo 4Chan também se espalhou a alegação de que funcionários do Serviço Secreto impediram um agente chamado “Jonathan Willis” de atirar na agressor durante o incidente, mas a informação é falsa. A Reuters informou que Nate Herring, porta-voz do Serviço Secreto, disse que ninguém com este nome trabalha para a agência.

O Serviço Secreto também indicou que a alegação de que um membro da equipe de segurança do ex-presidente solicitou recursos de segurança adicionais que rejeitaram é “absolutamente falsa”. Mencionaram mesmo que “o Serviço Secreto dos Estados Unidos adicionou recentemente recursos e capacidades de proteção à equipe de segurança do ex-presidente”.

Também se espalhou a ideia de que agentes do Serviço Secreto dos EUA tinham sorrido ao defender o ex-presidente, mas a imagem era manipulada.

Proteção contra as fake news

Em eventos de grande impacto internacional, como ataques e outros conflitos, existem algumas estratégias para lidar com a desinformação. O Chequeado, meio de verificação da Argentina, criou algumas estratégias para neutralizar conteúdos falsos e enganosos, algumas das quais são:

  • Faça uma pausa antes de compartilhar
  • Investigue se a pessoa que emite as informações é um especialista ou autoridade no assunto
  • Revise o perfil da conta que compartilha as informações
  • Descubra se outras fontes verificadas compartilham a mesma coisa

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Fontes

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  • ¿Cómo han circulado las teorías de conspiración y la desinformación tras el ataque a Trump? — Voz de América (VOA), 20 de julho de 2024