10 de agosto de 2020
A ministra da Justiça do Líbano, Marie-Claude Najm, foi a terceira ministra a deixar o cargo desde a explosão no porto de Beirute na semana passada.
O ministro da Informação, Manal Abdel-Samad, e o ministro do Meio Ambiente, Demanios Kattar, haviam renunciado ontem, domingo. Kattar chegou a chamar o governo de "flácido e estéril".
Vários outros ministros também estão considerando deixar o cargo e uma reunião de gabinete deve acontecer nas próximas horas.
Enquanto isso, pelo menos oito deputados anunciaram que estão renunciando ao Parlamento, que deve se reunir ainda esta semana.
Ajuda estrangeira
Mais de 30 líderes mundiais prometeram ontem uma ajuda de quase 300 milhões de dólares (253 milhões de euros) ao país. A reunião entre as lideranças aconteceu por teleconferência a pedido do presidente francês Emmanuel Macron, quando eles concordaram que "a assistência deve ser oportuna, suficiente e consistente com as necessidades do povo libanês e entregue diretamente à população libanesa, com a máxima eficiência e transparência". As potências mundiais insistiram na transparência no uso deste dinheiro, temendo enviar ajuda a um governo que muitos libaneses consideram corrupto e também expressando preocupação com a influência do grupo xiita Hezbollah.
Macron, que visitou Beirute na quinta-feira passada, disse na conferência que as nações precisavam colocar de lado suas diferenças para apoiar o povo libanês e que a ajuda deveria ser coordenada pelas ONU. "Nosso papel é estar ao lado deles", disse Macron.
A explosão
Uma enorme explosão destruiu o porto de Beirute na semana passada, atingido centenas de prédios nas quadras ao redor, incluindo as residências de mais de 250 mil pessoas. Mais de 150 pessoas morreram e cerca de 4 mil ficaram feridas, centenas delas em estado grave.
Um Comitê Especial de Investigação deve entregar ainda hoje o relatório final para apontar os culpados pela explosão causada por nitrato de amônio, cuja carga estava estocada no porto há mais de seis anos.
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